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R7 Brasília

De chinelo e chapéu, autor de ataque na Esplanada esteve no Congresso pela manhã

Francisco Wanderley Luiz entrou no Anexo 4 da Câmara, às 8h15, foi ao banheiro e saiu em seguida

Brasília|Giovanna Inoue e Rute Moraes, do R7, em Brasília

Francisco passou pela segurança às 8h15 Reprodução/Câmara dos Deputados - 13.11.2024

Autor das explosões que ocorreram na quarta-feira (13) na Esplanada dos Ministérios, Francisco Wanderley Luiz entrou na Câmara dos Deputados às 8h15, da manhã de ontem, horas antes de iniciar o atentado. Imagens das câmeras de segurança do local, disponibilizadas pela Casa, mostram que ele estava usando chinelos e um chapéu, quando passou pelos seguranças do Parlamento.

Ao passar pelo raio-X da Casa, ele mostrou portar apenas uma carteira e uma chave, que aparenta ser do carro que explodiu próximo ao mesmo anexo, por volta das 19h30 de ontem. Ainda não há imagens de Francisco saindo da Câmara.

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Em nota, a Casa informou que, na ocasião, ele foi ao banheiro e logo saiu. Além disso, que “foi feita varredura em todos os locais por que ele passou e nada foi encontrado”. Além dessa ocasião, ele esteve na Casa ao menos outras duas vezes. Uma delas foi em 2023, quando foi visitar o deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC). Em agosto deste ano, ele esteve novamente na Câmara para encontrar com o parlamentar, mas Goetten alega que não estava e que, portanto, não o viu.

Por volta das 19h30 de ontem, um carro, registrado em nome de Francisco, explodiu próximo ao Anexo 4 da Casa. Outra gravação mostra o veículo no exato momento da explosão. Alguns carros passam no entorno e recuam quando percebem o fogo.


Cerca de 20 segundos depois, Francisco ateou bombas em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal). Em seguida, se deitou no chão, explodiu outro artefato próximo ao próprio corpo e morreu.

No momento das explosões, o plenário da Câmara apreciava uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que ampliava a isenção fiscal a templos religiosos. A sessão foi interrompida após a confirmação da morte de Francisco. Uma varredura ocorreu nesta manhã na Câmara.


“Desde o incidente, as medidas de segurança foram reforçadas. A varredura na Casa, e adjacências, ocorreu durante toda a madrugada e na manhã desta quinta (14/11), inclusive com cães. Nenhuma bomba foi encontrada. Estão previstas outras varreduras como medida preventiva. O expediente na Câmara retornou às 12h, após as providências necessárias em uma situação como a ocorrida”, informou a Casa.

Conforme a Câmara, as investigações sobre as explosões ainda estão em andamento. “A Polícia Legislativa trabalha em colaboração com as outras forças policiais”, concluiu.


Entenda

O homem chegou a mostrar os explosivos que carregava no corpo para um segurança da Corte. Segundo o depoimento da primeira testemunha ouvida pela PCDF, o segurança teria tentando se aproximar de Francisco ao perceber um comportamento suspeito, mas nesse momento ele teria aberto a camisa para mostrar os explosivos e falado para ele não se aproximar. O homem também tinha um relógio digital, que o segurança acreditou se tratar do disparador da bomba.

Ainda de acordo com o depoimento, após esse momento, o homem teria atirado dois ou três artefatos contra a estátua ‘A Justiça’, que fica em frente a Corte. Após isso, ele teria deitado no chão, colocado outro explosivo abaixo da cabeça, como se fosse um travesseiro, e o artefato teria explodido.

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