Defensoria Pública cobra mais esforços do governo Lula para enfrentar crise dos ianomâmis
Em ofício enviado aos ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio, a DPU disse que a estrutura logística é insuficiente
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
A Defensoria Pública da União (DPU) encaminhou aos ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio Monteiro, um ofício em que solicita uma maior estrutura logística para as ações necessárias ao enfrentamento da crise humanitária na Terra Indígena Yanomami. O documento pede também o envio de mais aviões para dar apoio à região.
De acordo com a DPU, o número de aeronaves para a distribuição de alimentos e medicamentos é insuficiente. "Enquanto se atendia apenas a região do Surucucu, por exemplo, lideranças das aldeias do Auaris clamavam por socorro imediato sem perspectiva de atendimento por falta de aeronaves", diz o texto. O documento destaca que cestas básicas estão disponíveis e aguardam apenas o reforço logístico para ser distribuídas.
A DPU afirma também que foram relatados casos graves de ameaça às lideranças indígenas e a servidores públicos da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). "Tanto as lideranças como os servidores públicos afirmaram ter receio de transitar na Terra Indígena Yanomami, diante do histórico de ações violentas e das promessas de represália por parte dos garimpeiros", diz o texto. Segundo a DPU, tal situação torna urgente a ampliação significativa do número de agentes da Força Nacional de Segurança para prestar apoio às operações na região.
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O ofício destaca que há mais de 20 mil garimpeiros nos 9 milhões de hectares da Terra Yanomami — além de conexões com organizações criminosas na região — e solicita que seja determinado, de forma imediata, o envio de meios aéreos para a distribuição das cestas básicas, de modo a atender as comunidades indígenas que, segundo a DPU, passam por uma grave situação de fome.