Defesa de Ibaneis vai questionar decisão sobre afastamento no STF
Governador do DF está afastado do cargo desde o dia 9 de janeiro, após os ataques às sedes dos Três Poderes
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
A defesa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), vai apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias um pedido de reconsideração do afastamento determinado pelo ministro Alexandre de Moraes. Ibaneis foi afastado do cargo no dia 9 de janeiro, horas após extremistas terem invadido e depredado o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o prédio do STF.
A decisão da Corte vale por 90 dias, mas, segundo o advogado Cleber Lopes, que integra a equipe de defesa do emedebista, Ibaneis espera ser reconduzido ao cargo antes do fim do prazo, que se encerra em 9 de abril.
"Nós estamos acompanhando o desdobramento da investigação, trabalhando com a perspectiva de que o governador seja reconduzido o quanto antes, mas isso depende de uma sucessão de acontecimentos", disse Lopes ao R7.
O depoimento do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, vai ser usado como um dos argumentos da tese. À Polícia Federal, na quinta-feira (2), Torres disse que Ibaneis não pediu para que a segurança pública do DF fosse negligenciada e que o governador sempre foi "muito preocupado com a manutenção da ordem".
"Foi um depoimento previsível. Não podíamos esperar que o governador fosse acusado de qualquer coisa. Ele [Anderson Torres] ressalta que Ibaneis não negligenciou a segurança. Era exatamente o que esperávamos", completou o advogado.
A defesa também deve alegar que a intervenção federal no DF já foi encerrada e que o governador foi eleito em primeiro turno para exercer o cargo.
Após o afastamento de Ibaneis, o Executivo local foi assumido pela vice-governadora, Celina Leão (PP), que reconheceu que houve uma falha no comando da polícia durante os atos de vandalismo. Para a governadora em exercício, Ibaneis "recebeu várias informações equivocadas durante todo o momento da crise" e não tem participação na depredação das sedes dos Três Poderes da República.