Delegado-chefe da PF acredita que juízes vão manter prisões de manifestantes detidos no QG
Mesmo os que foram liberados por 'questões humanitárias' foram identificados e continuam na mira dos investigadores
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O delegado-chefe da Polícia Federal, Rodrigo Teixeira, disse nesta quarta-feira (11) que acredita que os manifestantes detidos no Quartel-General do Exército e mantidos na Academia Nacional de Polícia, em Brasília (DF), devem continuar presos após passar pela audiência de custódia.
"Essas pessoas provavelmente ficarão presas. Mas se algum membro do judiciário tiver outra decisão, ou o próprio ministro Alexandre de Moraes (do Supremo Tribunal Federal), cabe a eles a decisão", explicou Teixeira durante coletiva de imprensa ao lado do interventor federal no DF, Ricardo Cappelli.
Na manhã de segunda-feira (9), aproximadamente 1,2 mil pessoas acampadas em frente ao QG foram levados para a Academia da Polícia Federal em ônibus comuns escoltados pelas forças de segurança local e federal. Deste total, 527 investigados permanecem presos.
A expectativa é que a audiência de custódia de cada um deles comece a ser realizada nesta quarta-feira (11). Segundo Teixeira, a ideia é realizar uma força-tarefa com vários juízes de primeira instância, com a possibilidade de videoconferência.
Outras 599 pessoas já foram liberadas na terça-feira (10) por "questões humanitárias". O grupo, segundo a PF, é composto de "idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças".
Teixeira ressaltou, no entanto, que estas pessoas "não foram simplesmente liberadas". Segundo o delegado, elas foram identificadas pelo sistema. Caso alguma digital coincida com as encontradas na perícia dos prédios invadidos, a polícia conseguirá fazer a checagem e a devida responsabilização.
"Pessoas [liberadas] que forem vistas em outro procedimento criminal travestido de manifestação serão recolhidas e encaminhadas ao sistema criminal. Se estiverem lá, serão presas", disse o delegado.
Há a expectativa de novas manifestações de pessoas contrárias ao resultado das eleições nesta quarta-feira (11). Para garantir a segurança dos prédios públicos e dos cidadãos, a Esplanada dos Ministérios foi fechada para a circulação de carros. Todo efetivo da Polícia Militar do DF está nas ruas. Para o interventor, há "chance zero" de se repetir o episódio de vandalismo do último domingo (8).