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Delegado nega ter atrapalhado investigações sobre Marielle: ‘Não mato nem formiga’

Rivaldo Barbosa prestou depoimento ao STF nesta quinta; corte interroga nesta semana réus acusados de serem mandantes do crime

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em BrasíliaOpens in new window

Delegado Rivaldo Barbosa, preso no caso Marielle
Delegado Rivaldo Barbosa, preso no caso Marielle Fernando Frazão/Agência Brasil

O delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa falou em audiência no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (24) que não atrapalhou as investigações da morte da vereadora Marielle Franco. “Marielle me ajudou na vida. Só cheguei aqui porque ela me ajudou, e jamais faria nada contra ela. Eu não mato nem formiga, vou matar uma pessoa?”, disse Barbosa, que é réu no Supremo pelo assassinato de Marielle.

Leia

Nesta semana, a corte faz o interrogatório dos cinco réus acusados de serem os mandantes da morte da parlamentar. O STF já ouviu o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro) Domingos Brazão. Ainda serão interrogados o major Ronald Paulo Pereira e o policial militar Robson Calixto Fonseca.

Chiquinho e Domingos são réus por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e organização criminosa. Barbosa e Ronald são réus por homicídio qualificado e tentativa de homicídio. Robson é réu por organização criminosa.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, Barbosa foi a principal cabeça por trás do atentado contra Marielle, que resultou na morte da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018. O delegado foi preso em março deste ano. Em 18 de maio, o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido da defesa do delegado para soltá-lo.


Outros depoimentos

Em agosto, na primeira rodada de depoimentos no STF, a jornalista Fernanda Chaves, que trabalhava como assessora da vereadora e estava no mesmo carro no dia do crime, afirmou que não foi atingida pelos disparos de arma de fogo porque Marielle foi o “escudo” dela.

Durante a audiência, a ex-assessora da vereadora também falou dos momentos que antecederam os disparos que mataram Marielle e Anderson.


“Ele [Anderson] estava desacelerando para pegar um sinal. Alguma coisa que o carro estava bem devagar. O Anderson era uma pessoa que dirigia muito suave, então não tinha muito solavanco, ele geralmente estava devagar. E num determinado momento, eu senti a rajada, rajada de tiros, muito curta. Era muito perceptível para mim, embora eu estivesse olhando para baixo, que aquilo era uma coisa que vinha de perto, era uma coisa próxima. Mas, enfim, eu no primeiro momento, eu me encolhi, me abaixei. Eu me enrolei, me abaixei, percebi o corpo da Marielle, eu estava muito próxima a ela, então eu percebi um pouco o peso do corpo, eu estava no chão, mas eu percebia um pouco o peso dela vindo para cima de mim”, disse.

Análise do STF

Em junho, por unanimidade, a Primeira Turma do STF tornou réus os cinco principais suspeitos de terem planejado o assassinato de Marielle.


Prevaleceu o voto do relator da ação, ministro Alexandre de Moraes. Ele disse haver vários indícios de elementos que solidificam as afirmações feitas na delação premiada de Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora.

Moraes apontou que a denúncia está fundamentada em diversos materiais investigativos que comprovam as informações apresentadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

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