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Deputado protocola pedido de moção de repúdio contra Lula por declarações sobre Israel

Messias Donato fez a solicitação após o presidente declarar que o primeiro-ministro israelense seria 'uma pessoa extremista'

Brasília|Do R7, em Brasília

Deputado protocolou o pedido nesta segunda-feira
Deputado protocolou o pedido nesta segunda-feira

O deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES) protocolou na Câmara, nesta segunda-feira (4), um pedido de moção de repúdio contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A solicitação foi motivada pela declaração do petista de que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, seria "uma pessoa extremista" e "com sensibilidade baixa para os problemas do povo palestino".

Segundo Donato, as falas de Lula contribuíram para a disseminação de uma visão superficial e polarizada. "Tais generalizações não apenas comprometem a precisão das análises, mas também podem perpetuar estereótipos que prejudicam a compreensão global dos desafios enfrentados pela região", pontua o parlamentar (veja a íntegra do pedido mais abaixo).

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O deputado afirmou ainda que as ações de Israel são uma resposta às ações e ameaças à segurança do Estado. "Foi o Hamas que iniciou o conflito, com explosões, sequestros e assassinatos. Em um contexto de constante instabilidade na região, Israel enfrenta desafios significativos para garantir a segurança de seus cidadãos e manter a estabilidade na área."

Comunidade Judaica se manifesta contra falas de Lula

Outros representantes da comunidade judaica têm se pronunciado sobre as recorrentes falas de Lula que compararam as reações de Israel a práticas terroristas. As entidades e seus líderes já haviam manifestado o descontentamento e o temor de que o posicionamento do presidente brasileiro pudesse abalar as relações diplomáticas entre os dois países.


"É uma pena que o governo do Brasil, diante da tragédia da guerra, perca o equilíbrio e a ponderação, reduzindo a possibilidade de contribuir de maneira decisiva e propositiva com negociações entre as várias partes no conflito", declarou o Instituto Brasil-Israel (IBI). Para a entidade, a acusação "reforça os extremistas de ambos os lados e enfraquece as partes que lutam por um futuro de coexistência para israelenses e palestinos".

O rabino Rav Sany, diretor do Olami Faria Lima, afirmou que a insistência de Lula revela a necessidade de "conhecer melhor o assunto". O líder religioso sustenta ainda que, ao contrário do que diz Lula, Israel não tem atacado os hospitais. Ele declara que o país "está entregando combustível para funcionar, e o Hamas o confisca".

"O presidente insiste em comparar o incomparável: uma organização terrorista como o Hamas, que usa seus próprios cidadãos como escudo humano, com um estado democrático e pluralista, como Israel, que só quer se defender do ataque bárbaro e selvagem, além do desejo de resgatar reféns. Lamento profundamente", disse Sany.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) também emitiu um comunicado, em que lamenta "profundamente declarações do presidente Lula comparando as ações de defesa de Israel a genocídio". "É uma acusação falsa que, vinda do presidente da República, ganha dimensões ainda mais graves. A Conib mais uma vez pede serenidade e equilíbrio às autoridades neste momento tão tenso e doloroso, com aumento de manifestações antissemitas no Brasil e no mundo."

As declarações de Lula geraram críticas também entre membros do Congresso Nacional, que defendem as boas relações entre Brasil e Israel. Primeira-secretária do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, a deputada federal Rosana Valle (PL-SP) disse ao R7 que falta "discernimento por parte do presidente da República" e que "Lula ainda não sabe quem é o terrorista da história".

"Infelizmente, está faltando discernimento por parte do presidente da República, além de senso de responsabilidade e conhecimento sobre geopolítica. A guerra em Israel perdura há dois meses, e me parece que Lula ainda não sabe quem é o terrorista da história. As crianças queimadas vivas, os milhares de mortos, as mulheres violentadas e estupradas parecem não ser suficientes para o petista entender o que acontece na Faixa de Gaza desde o início de outubro deste ano. Aliás, resiste em reconhecer o Hamas como terrorista", disse a deputada ao R7.

Confira abaixo a íntegra do pedido de moção de repúdio apresentado por Messias Donato contra Lula:

Por meio desta moção manifesto minha veemente reprovação à declaração proferida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que descreveu o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu como "uma pessoa extremista, de extrema direita, e com sensibilidade baixa para os problemas do povo palestino".

Ao caracterizá-lo de forma tão pejorativa, Lula não apenas desconsiderou a complexidade das dinâmicas políticas envolvidas, mas também contribuiu para a disseminação de uma visão superficial e polarizada. Tais generalizações não apenas comprometem a precisão das análises, mas também podem perpetuar estereótipos que prejudicam a compreensão global dos desafios enfrentados pela região.

O Oriente Médio é marcado por uma história complexa e multifacetada, onde a paz e a estabilidade exigem abordagens equilibradas e sensíveis. Criticar um líder estrangeiro de forma tão contundente não apenas compromete a reputação diplomática, mas também pode dificultar o estabelecimento de canais eficazes de comunicação.

A recente decisão de Israel de se defender contra o Hamas pode ser compreendida como uma resposta legítima a uma série de ações provocativas e ameaças à segurança do Estado, tendo em vista que foi o Hamas que iniciou o conflito, com explosões, sequestros e assassinatos. Em um contexto de constante instabilidade na região, Israel enfrenta desafios significativos para garantir a segurança de seus cidadãos e manter a estabilidade na área.

É crucial destacar que os palestinos, como grupo étnico, e os membros do Hamas, como uma organização terrorista, não devem ser tratados como sinônimos. Enquanto ambos têm uma conexão com a região da Palestina, suas identidades e motivações são distintas.

Os palestinos são um povo com uma rica história cultural, diversidade étnica, religiosa e cultural, incluindo cristãos, muçulmanos e outras comunidades.

Por outro lado, o Hamas é uma organização política palestina, fundada em 1987, que tem se envolvido em atividades políticas e militares consideradas terroristas por muitos países e muitas organizações internacionais.

Suas ações, incluindo ataques a civis e infraestrutura, têm gerado preocupações e condenações de várias partes do mundo. Embora o grupo tenha apoio de uma parte da população palestina, especialmente em Gaza, suas ações e abordagens são controversas e não representam a totalidade da identidade e opiniões dos palestinos.

A resposta militar de Israel, embora impactante, é uma tentativa de conter as ameaças a sua segurança e proteger seus cidadãos. O direito soberano de um país de se defender contra ataques é universalmente reconhecido, e a comunidade internacional deve levar em consideração a necessidade de Israel em agir diante de ameaças iminentes.

Portanto, expressamos nossa firme rejeição às palavras proferidas pelo presidente Lula da Silva e instamos um debate mais construtivo e respeitoso sobre as questões que envolvem as relações internacionais, em especial no que diz respeito ao conflito no Oriente Médio.

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