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R7 Brasília

Dez pessoas são resgatadas de trabalho escravo no Gama (DF)

Trabalhadores atuavam na lavoura, estavam sem alimentação nem água potável e não tinham condições de sair do local

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Trabalhadores são resgatados em condições degradantes no Gama
Trabalhadores são resgatados em condições degradantes no Gama

Dez trabalhadores que atuavam em uma lavoura de hortaliças no Gama (DF) foram resgatados pela PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) em condições análogas à escravidão. A operação ocorreu na tarde deste sábado (25), na DF-180, Rancho Paixão.

De acordo com a corporação, os trabalhadores, oriundos do estado do Piauí, foram resgatados após denúncias. Eles estavam em situação degradante, sem condições de permanecer no local. 

"Os trabalhadores contaram que vieram para trabalhar, porém estavam sem alimentação, sem água potável, sem pagamento, sem material adequado para fazer a higienização pessoal e sem condições de sair do local", informou a corporação.

Ainda segundo os lavradores, foi fornecido a eles apenas arroz com farinha para a refeição de Natal. Eles também denunciaram que trabalhavam mais horas que o permitido, tinham que pagar pela passagem do Piauí para o DF e pelo colchão em que estavam dormindo.


"Os policiais identificaram o filho do proprietário do local, de 38 anos, que alegou que iria registrar [as necessidades dos lavradores] e melhorar as condições de trabalho, porém não foi o que foi verificado", informou a PMDF. A ação de resgate contou com a ajuda de policiais do 9º Batalhão e do Batalhão de Policiamento Rural.

As partes foram encaminhadas até a Delegacia de Policial Federal para registro de ocorrência. Na Polícia Federal foi lavrado o auto de prisão em flagrante pelo artigo 149 do Código Penal, “reduzir alguém a condição análoga à de escravo”.


Trabalho escravo em carvoaria

Há duas semanas, em 12 de dezembro, uma operação do Ministério do Trabalho resgatou 12 trabalhadores em situação análoga à de escravidão em carvoarias de Cristalina e Luziânia, municípios goianos no Entorno do Distrito Federal. A ação conjunta começou a ser planejada dez dias antes, com o apoio de órgãos como Defensoria Pública da União e Ministério Público do Trabalho.

O local de trabalho e o alojamento estavam em condições inadequadas de limpeza e higiene e não havia banheiro apropriado – os trabalhadores eram obrigados a recorrer ao mato para fazer as necessidades fisiológicas.

Eles também não tinham acesso a água potável e a equipamentos de proteção individual. O grupo ainda estava vulnerável a insetos e animais peçonhentos. Essas condições caracterizam trabalho análogo à escravidão.

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