Brasília 'Diferenças não podem significar desigualdade de oportunidades', diz ministra da Igualdade Racial

'Diferenças não podem significar desigualdade de oportunidades', diz ministra da Igualdade Racial

Anielle Franco fez um pronunciamento em cadeia de rádio e TV do país, na noite deste domingo, véspera do Dia da Consciência Negra

  • Brasília | Do R7, em Brasília

Anielle Franco pediu escolta da PF em setembro

Anielle Franco pediu escolta da PF em setembro

Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil - 10/10/2023

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou (19) que "diferenças não podem significar desigualdade de oportunidades e direitos". A declaração foi dada durante um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão do país, na noite deste domingo, às vésperas do Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira (20).

"O Brasil é um país diverso, e nos orgulhamos das nossas diferenças. (...) Os dados comprovam que a fome, a insegurança alimentar, o desemprego e as mortes violentas atingem de forma desigual a população negra, como resultante do racismo que persiste em nossa sociedade", disse a ministra no discurso que durou 3 minutos e 36 segundos (veja a íntegra do pronunciamento no vídeo abaixo).

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Temos o mesmo direito de viver com dignidade. De ter acesso a educação — da creche à universidade — saúde, emprego, salário justo, segurança, moradia digna e alimentação de qualidade. Temos — todas e todos — o direito de sonhar e de realizar nossos sonhos. O povo brasileiro e os movimentos negros sempre lutaram pela conquista desses direitos. Nossa Constituição é a maior representação da busca por igualdade, justiça, liberdade e democracia.

Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial

Após citar leis em benefício da população negra e quilombola, a ministra afirmou que a pasta seguirá desenvolvendo projetos que atendam essa parcela da população. "Continuaremos a trabalhar em nosso compromisso por memória e reparação, por uma vida digna para o povo brasileiro e pelo desenvolvimento do nosso país", finalizou.

Escolta da Polícia Federal

Em setembro, Anielle acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para pedir escolta da Polícia Federal por causa de ameaças recebidas nas redes sociais e no email institucional desde a viagem que ela fez em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), de Brasília para São Paulo. Ela tinha ido à capital paulista assinar ato contra o racismo no esporte na final da Copa do Brasil. Segundo a pasta, a maioria das ameaças foi feita entre 26 e 28 daquele mês.

Assessora exonerada

Também em setembro, Marcelle Decothé da Silva foi dispensada do cargo de assessora especial de Assuntos Estratégicos do ministério. A exoneração ocorreu após a divulgação de postagens da ex-servidora nas quais ela debochava da torcida do São Paulo Futebol Clube e dos paulistas.

"Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade... pior de tudo pauliste", escreveu a assessora nas redes sociais, usando adjetivos em linguagem neutra. Marcelle estava com a ministra no avião da FAB e também assistiu ao jogo.

Além dela, outras funcionárias do ministério apareceram em publicações que debocham da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). As declarações repercutiram negativamente, e a ministra telefonou para os presidentes do São Paulo e da torcida Independente para pedir desculpas.

Em nota à época, a pasta disse que "as manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do ministério" e que a dispensa de Marcelle foi para "evitar que atitudes não alinhadas a esse propósito interfiram no cumprimento de nossa missão institucional".

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