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Dino aponta mudança de 'última hora' nos planos do DF e diz que Ibaneis foi 'iludido e enganado'

Ministro da Justiça avaliou as invasões como atos terroristas e que intervenção federal já começou na capital federal

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília


Ministro da Justiça, Flávio Dino, durante evento, em Brasília
Ministro da Justiça, Flávio Dino, durante evento, em Brasília

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou crer, neste domingo (8), que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF), não tenha sido conivente com as invasões nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, e, sim, "iludido e enganado".

Dino foi questionado se a situação da capital federal seria outra se outro secretário da Segurança Pública do DF fosse nomeado no lugar de Anderson Torres, que foi exonerado do posto pelo governador em meio ao caos em Brasília.

"Não quero crer que o governador Ibaneis tenha sido conivente, provavelmente foi iludido, enganado, e essa apuração de responsabilidade vai ser feita. Em relação a Anderson [Torres], ele é ex-secretário, esse obstáculo ou eventual embaraço já foi removido pelos próprios fatos", disse Dino.

Durante coletiva de imprensa, Dino explicou que houve uma mudança de orientação administrativa sobre as manifestações previstas para este domingo (8). O GDF, segundo o ministro, alterou o plano e permitiu a entrada de pessoas na Esplanada dos Ministérios. "Foi alterado de última hora".

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"Havia por parte do GDF uma visão de que a situação estaria sob controle. O governador Ibaneis, com toda certeza, ao efetuar o pedido de desculpas públicas aos chefes dos Poderes da União, está reconhecendo que algo deu errado nesse planejamento", completou.

Dino explicou que, da parte do governo, foi autorizado o uso da Força Nacional para dar suporte na segurança da capital. "Esse complemento foi feito, mas infelizmente, por conta dessa mudança de planejamento e omissões, que serão apuradas, se revelou insuficiente diante da gravidade do que ocorreu", disse.

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Intervenção

Diante do cenário de vandalismo registrado em Brasília, Lula decretou intervenção federal no Governo do Distrito Federal até o dia 31 de janeiro. Na prática, o decreto retira o poder de segurança do estado. A medida será coordenada pelo interventor Ricardo Garcia Cappelli, atual secretário-executivo do Ministério da Justiça.

A ação foi tomada após manifestantes que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 furarem bloqueio da Polícia Militar do Distrito Federal e invadirem, na tarde deste domingo (8), os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

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"Nós temos segurança que o caminho mais indicado era a intervenção. Foi feita e já está sendo executada", contou Dino, acrescentando que prisões estão e estarão sendo feitas nos próximos dias, em esforço conjunto das forças de segurança pública.

Segundo o ministro, estados se mobilizaram e vão dar apoio ao DF. O interventor federal na segurança na capital federal pedirá nesta segunda-feira (8) ao Ministério da Defesa a cessão de militares para que também deem suporte a medida de reestabelecimento da ordem pública.

"Porque lamentavelmente ainda há pessoas, nesse instante, falando em continuidade dos atos terroristas, e não conseguirão. Não conseguirão destruir a democracia brasileira e é preciso dizer isso cabalmente, com toda firmeza e convicção", destacou Dino.

A reportagem do R7 entrou em contato com o Governo do Distrito Federal mas, até a última atualização desta matéria, não recebeu resposta sobre as declarações do ministro da Justiça. O espaço segue aberto. 

Invasões

Vídeos publicados nas redes sociais mostram o momento em que os manifestantes subiram a rampa do Congresso Nacional e invadiram a parte superior, onde ficam as cúpulas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, além do Salão Verde, localizado dentro do edifício.

Depois, o grupo tentou invadir, com sucesso, o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, local onde o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), despacha, em Brasília. O petista não está na capital federal neste momento e, sim, em Araraquara, para visita ao município do interior paulista após os estragos causados pelas chuvas.

Manifestantes invadiram, ainda, o edifício do STF. No local, vidros foram quebrados e objetos destruídos nas dependências da Corte. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram inicialmente que a porta em que o ministro Alexandre de Moraes utiliza para guardar a toga foi arrancada.

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