Dino destaca redução de 'novo cangaço', crimes letais e armas no último dia à frente da Justiça
Durante agenda, Lula disse que ministro fez 'serviço extraordinário' em 'ano muito difícil'; Dino deixa posto para assumir vaga no STF
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, acompanhado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentou nesta terça-feira (31) um balanço das ações à frente da pasta ao longo de 2023. Entre os dados, estão a redução dos crimes violentos letais intencionais, roubo à instituição financeira, porte de arma para uso pessoal e letalidade policial.
Na agenda, Lula afirmou que Dino fez um "serviço extraordinário" em um "ano muito difícil". O ministro da Justiça deixa o posto nesta quarta-feira (31) e transmite o cargo para Ricardo Lewandowski em cerimônia que será realizada nesta quinta-feira (1º). "Esse encontro que nós estamos realizando é um encontro de prestação de contas de um companheiro que prestou serviço extraordinário ao meu governo, num primeiro ano muito difícil, e que a partir de amanhã não será mais ministro da Justiça", disse o presidente.
De acordo com o Ministério da Justiça, houve queda de 4,17% nos crimes violentos letais intencionais (homicídio, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e feminicídio). Em 2022, foram registrados 42.190 delitos dessa classificação contra 40.429 em 2023.
Houve redução de 9,78% do roubo de veículos no país. Em 2022, foram 147.231 infrações, contra 132.825 em 2023. O roubo à instituição financeira apresentou queda de 220, em 2022, para 130, em 2023 – redução de 40,91%.
"Por que é significativo? Porque isso, em larga medida, alimenta o chamado novo cangaço, que se lastreia fortemente em cerco a cidades e roubos a bancos. Em 2023, nós tivemos uma redução da força do novo cangaço, mérito dos estados, dos municípios e das polícias federais, que coordenamos", afirmou o ministro da Justiça.
O Ministério da Justiça informou que houve aumento de 8,71% no cumprimento de mandados de prisão. Foram 236.175 em 2022, contra 256.752 em 2023. A pasta realizou 19.686 prisões em 2022 e 29.281 em 2023.
Dino anunciou que houve aumento de 25.5% na apreensão de armas ilegais, em operações feitas pela Polícia Federal, pela Polícia Rodoviária Federal e Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública). Em 2022, foram apreendidos 8.502 itens, contra 10.672 em 2023.
Houve redução de 79% no registro de novas armas pela Polícia Federal. Em 2022, último ano da gestão Jair Bolsonaro, foram liberados 135.915 artigos, contra 28.344 em 2023. Em relação ao porte de arma para uso pessoal, a redução foi de 56%. (5.675 armas em 2022 e 2.469 em 2023).
De acordo com Dino, houve redução de 81% na letalidade policial – em 2022, morreram 44 agentes, contra 8 em 2023. A PF deflagrou 227 operações contra a corrupção no país no ano passa, realizando 147 prisões, cumprindo 2.091 mandados de busca e apreendendo R$ 897 milhões em bens e valores.