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R7 Brasília

Dino diz que 80% dos garimpeiros devem deixar território ianomâmi ainda nesta semana

O ministro da Justiça afirmou, ainda, que o governo federal tem permitido a fuga de garimpeiros da área indígena

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O ministro Flávio Dino durante cerimônia no Ministério da Justiça e Segurança Pública
O ministro Flávio Dino durante cerimônia no Ministério da Justiça e Segurança Pública

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira (6) que vai começar nesta semana a segunda fase da atuação do governo na Terra Indígena Yanomami. O titular assumiu o fato de que o governo federal tem permitido a fuga de garimpeiros ilegais no local e disse que há a expectativa da saída de até 80% desses criminosos ainda nesta semana.

"A fase 1 são essas medidas preparatórias, em que há, sobretudo, ações humanitárias de um lado e, do outro, a zona de exclusão aérea. E nós temos já nesta semana a transição para a fase 2, em que teremos ações policiais", explicou.

Segundo Dino, houve uma solicitação para que fosse prestada ajuda aos garimpeiros. "Em relação à saída do território indígena, nós não daremos nenhum tipo de apoio [aos garimpeiros]. Houve solicitação, e nós negamos. Não temos como empregar aeronaves públicas para apoiar pessoas que estavam cometendo crimes", disse.

"Não faremos nenhum tipo de apoio aéreo para retirada de pessoas. Claro que estamos neste momento permitindo que essas pessoas saiam pelos seus próprios meios, mas não haverá apoio do governo federal para que haja essa retirada, porque consideramos que há incompatibilidade entre a natureza criminosa da atividade com o eventual apoio", acrescentou.


Desnutrição e malária

Em Roraima, têm sido registrados graves casos de desnutrição e de malária entre os indígenas ianomâmis. Diante do cenário, o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública de importância nacional, e a Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar eventuais crimes, como genocídio e omissão de socorro.

Com o bloqueio aéreo e a expectativa de uma grande operação na região, garimpeiros gravaram vídeos pedindo ajuda às autoridades para sair do local. Em uma das gravações, informaram caminhadas de 30 dias pela floresta e barcos lotados para deixar a área indígena e chegar a alguma região urbana.


Em outro vídeo, garimpeiros afirmam estar sem comida e pedem ao Exército e à polícia que sejam resgatados da Terra Yanomami. O local era abastecido por aeronaves, mas, com o bloqueio aéreo, a alimentação não chega mais até as áreas de garimpo onde eles estão instalados. Nas imagens, um garimpeiro diz que há ao menos 30 pessoas nos barracos e que a comida é dividida com os indígenas; ele mostra idosos e crianças ianomâmis.

Investigação

O ministro da Justiça e Segurança Pública assegurou, porém, que a investigação vai contemplar todos aqueles que cometeram crimes na região. "Sobre as investigações, temos um foco prioritário: os financiadores, os donos dos garimpos ilegais e aqueles que fazem lavagem [de dinheiro]. Claro que nós temos os executores de crimes ambientais — essas pessoas estão sendo identificadas inclusive por imagens e serão alvo do inquérito policial", disse.


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Ainda de acordo com Dino, o governo inicia na região, nesta semana, a fase 2. "A fase 1 são essas medidas preparatórias, em que há sobretudo ações humanitárias de um lado e, do outro, a zona de exclusão aérea. E nós temos já nesta semana a transição para a fase 2, em que teremos ações policiais", explicou.

"As ações policiais se referem à segurança de outras equipes que lá estão (Funai e Ministério da Saúde), e teremos as ações de afastamento compulsório, obrigatório, de quem eventualmente não saiu nesse período. Isso envolve a apreensão de equipamentos, a destruição de equipamentos, a destruição de pistas clandestinas, e pode envolver a prisão em flagrante de pessoas que eventualmente ainda estejam [no território]", completou.

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