Durval Barbosa recebe alta após levar facada da esposa
Caso é investigado como tentativa de homicídio pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul); esposa passa por audiência de custódia
Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília
Após levar uma facada no abdômen, Durval Barbosa, 70 anos, recebeu alta do Hospital de Base na noite desta segunda-feira (19). Enquanto isso, a esposa, Fernanda Rodrigues, 26 anos, que seria a autora do golpe, foi detida e espera pela audiência de custódia, nesta terça (20).
Na ocasião, o juiz vai avaliar se a prisão em flagrante de Fernanda foi legal e se há necessidade de mantê-la presa. O caso é investigado como tentativa de homicídio pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e tramita sob segredo de Justiça, uma vez que envolve violação da Lei Maria da Penha.
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Por volta das 15h30 desta segunda, o casal, que vive em um apartamento na 114 Sul, teve um desentendimento e, em meio à briga, Fernanda teria agredido Durval com uma facada na altura do abdômen.
Depois disso, a própria mulher acionou a Polícia Militar e informou que esfaqueou o marido para se defender. Com isso, os policiais chamaram o Corpo de Bombeiros para socorrer Barbosa e o encaminharam ao Hospital de Base, onde ele recebeu atendimento.
A faca usada na agressão foi recolhida. Já presa, Fernanda prestou depoimento na delegacia. Ela também tinha lesões nos braços, o que indica que entrou em vias de fato com o marido. Segundo a mãe de Fernanda, Rosa Cleunice, a filha sofre de problemas mentais. "O psiquiatra deu laudo e recomendou interná-la porque ela estava dando surto da doença", afirmou.
Caixa de Pandora
Delegado de polícia aposentado, Durval Barbosa foi o delator do esquema de corrupção apurado pela Operação Caixa de Pandora durante o governo de José Roberto Arruda, o que culminou na saída de Arruda do GDF.
Barbosa, que era o então secretário de Relações Institucionais do governo, gravou em vídeo a negociação do pagamento de propina a políticos em 2006. O caso só foi apurado três anos depois pela Polícia Federal.
O esquema ficou conhecido como Mensalão do DEM, partido de Arruda à época. O dinheiro teria sido recolhido por meio de contratos de licitação superfaturados de empresas com o poder público e distribuído a parlamentares e empresários, além de ter beneficiado o próprio governador.