O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro pede o indiciamento de oito generais, entre eles quatro ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro (PL). São eles: Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo, Secretaria-Geral e Casa Civil) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). Na lista de militares sugeridos para indiciamento, também consta o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O próprio ex-presidente está entre as pessoas que, na avaliação da relatora Eliziane Gama (PSD-MA), devem ser responsabilizadas pelos crimes nos atos extremistas. Eliziane pediu o indiciamento de Braga Netto, Heleno e Mauro Cid pelos mesmos três crimes: associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Os dois últimos crimes são os que mais foram atribuídos aos 61 pedidos de indiciamento. No total, foram 26 delitos citados no texto e distribuídos entre os nomes que constam no relatório. Os outros generais incluídos na lista de Eliziane são: Ridauto Lúcio Fernandes, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde; Carlos José Penteado, ex-secretário-executivo do GSI; e Carlos Feitosa Rodrigues, ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI.Leia o relatório na íntegra aqui. Dos generais citados no documento, dois também foram ministros de Bolsonaro, além de Heleno e Braga Netto. São eles: general Luiz Ramos (Secretaria de Governo) e general Paulo Sérgio (Defesa). No rol de ex-chefes das pastas do Executivo com sugestão de indiciamento também está o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.• Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram No documento, a senadora também pede o indiciamento dos ex-comandantes das Forças Armadas Almir Garnier Santos (Marinha) e Marco Antônio Freire Gomes (Exército). "A defesa do ex-ministro Anderson Torres entende que a decisão da CPMI de indiciá-lo não foi uma deliberação técnica. Cabe ressaltar que Anderson Torres respondeu todos os questionamentos da CPMI no Congresso Nacional. Com intervalo de apenas um dia, voltou a depor na CPI da Câmara do DF, repetindo a mesma postura respeitosa, dizendo a verdade e esclarecendo todos os fatos. A CPMI encerra seus trabalhos sem apresentar provas concretas da participação do ex-ministro, seja por ação ou omissão, nos atos de barbárie cometidos no dia 8 de janeiro. O relatório da CPMI contém inconsistências em relação ao ex-ministro, as quais serão devidamente esclarecidas. Seguimos confiantes na Justiça e trilhando o caminho da defesa técnica", diz a defesa. "O Exército Brasileiro, como Instituição de Estado e apartidária, pauta suas ações pela legalidade e pelo respeito às demais Instituições da República, bem como não se manifesta no transcurso de processos investigatórios. Cabe ressaltar que o Exército Brasileiro seguirá acompanhando e contribuindo com as investigações conduzidas pelos diferentes órgãos", disse a instituição sobre o relatório. Em resposta ao R7, Braga Netto afirmou que não vai se pronunciar. A reportagem tenta contato com Augusto Heleno e com os demais citados. Veja a lista completa dos 61 alvos dos pedidos de indiciamentos do relatório da CMPI do 8/1 1. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República; 2. General Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil; 3. General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; 4. General Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro; 5. General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; 6. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF; 7. General Freire Gomes, ex-comandante do Exército; 8. Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; 9. General Carlos José Penteado, ex-secretário-executivo do GSI; 10. General Carlos Feitosa Rodrigues, ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI; 11. General Ridauto Lúcio Fernandes, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde; 12. Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; 13. Coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; 14. Sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; 15. Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal; 16. Coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde; 17. Coronel Jean Lawand Júnior; 18. Felipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro; 19. Major Ailton Gonçalves Moraes Barros; 20. Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF; 21. Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal; 22. Alexandre Carlos de Souza, policial rodoviário federal; 23. Marcelo de Ávila, policial rodoviário federal; 24. Coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI; 25. Coronel André Luiz Furtado Garcia, ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI; 26. Tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos, ex-coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI; 27. Capitão José Eduardo Natale, ex-integrante da Coordenadoria de Segurança de Instalações do GSI; 28. Sargento Laércio da Costa Júnior, ex-encarregado de segurança de instalações do GSI; 29. Coronel Alexandre Santos de Amorim, ex-coordenador-geral de Análise de Risco do GSI 30. Tenente-coronel Jader Silva Santos, ex-subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI; 31. Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF; 32. Coronel Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante da PMDF; 33. Coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF; 34. Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, comandante em exercício do Departamento de Operações da PMDF; 35. Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, comandante do 1º CPR da PMDF; 36. Major Flávio Silvestre de Alencar, comandante em exercício do 6º Batalhão da PMDF; 37. Major Rafael Pereira Martins, chefe de um dos destacamentos do BPChoque da PMDF; 38. George Washington de Oliveira Sousa, condenado por participar da tentativa de explosão de bomba próximo ao aeroporto de Brasília; 39. Alan Diego dos Santos, condenado por participar da tentativa de explosão de bomba próximo ao aeroporto de Brasília; 40. Wellington Macedo de Souza, condenado por participar da tentativa de explosão de bomba próximo ao aeroporto de Brasília; 41. Tércio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"; 42. José Matheus Sales Gomes, ex-assessor de Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"; 43. Fernando Nascimento Pessoa, assessor de Flávio Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"; 44. Maurício Junot, empresário 45. Adauto Lúcio de Mesquita, financiador; 46. Joveci Xavier de Andrade, financiador; 47. Meyer Nigri, empresário; 48. Ricardo Pereira Cunha, financiador; 49. Mauriro Soares de Jesus, financiador; 50. Enric Juvenal da Costa Laureano, financiador; 51. Antônio Galvan, financiador; 52. Jeferson da Rocha, financiador; 53. Vitor Geraldo Gaiardo , financiador; 54. Humberto Falcão, financiador; 55. Luciano Jayme Guimarães, financiador; 56. José Alipio Fernandes da Silveira, financiador; 57. Valdir Edemar Fries, financiador; 58. Júlio Augusto Gomes Nunes, financiador; 59. Joel Ragagnin, influenciador; 60. Lucas Costar Beber, financiador; 61. Alan Juliani, financiador. • 23 reuniões; • 21 depoimentos; • 2.098 requerimentos recebidos, sendo 74 rejeitados; • 660 requerimentos aprovados e apreciados; • Mais de 1.000 requerimentos não apreciados; • Cerca de 20 requerimentos invalidados; • 656 documentos recebidos, entre ostensivos e sigilosos; e • 709 ofícios expedidos.