Ao vivo: José Rainha depõe na CPI do MST nesta quinta-feira
Ativista tem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para não responder perguntas com potencial para incriminá-lo
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
José Rainha Júnior, um dos líderes da Frente Nacional de Lutas, depõe na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) nesta quinta-feira (3). A intenção dos parlamentares é questioná-lo sobre sua participação nas ocupações de terras ocorridas nos últimos anos. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o ativista tem o direito ao silêncio quando as respostas possam incriminá-lo. Acompanhe ao vivo.
O depoimento de José Rainha na CPI foi um pedido de três deputados: Kim Kataguiri (União-SP), Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Evair Vieira de Melo (PP-ES). Nas justificativas, Kataguiri e Evair Vieira de Melo citaram que o líder de movimento social é um dos "acusados de praticar extorsões contra produtores de terras invadidas na região de Presidente Prudente (SP)".
Já Rodolfo Nogueira lembrou que Rainha já foi vinculado ao MST e sua convocação "poderia buscar informações e esclarecimentos sobre suas ações e decisões".
Quem é José Rainha
José Rainha Júnior, mais conhecido como Zé Rainha, é um sindicalista, ativista pela reforma agrária e foi uma das principais lideranças do MST na década de 1990. Ele acabou afastado do grupo e 2007, por divergências políticas com a cúpula da entidade. Em 2014, tornou-se militante da Frente Nacional de Lutas no Campo e Cidade (FNL), grupo que também ajudou a fundar.
Durante os anos de militância, Rainha acumulou processos na Justiça. Ele chegou a ser condenado em instâncias primárias por extorsão e homicídio de um fazendeiro. No entanto, foi inocentado em instâncias superiores.
Em 2015, Rainha foi preso por suspeita de desviar dinheiro público destinado à reforma agrária no Pontal do Paranapanema (SP). No mesmo ano, foi condenado por extorsão, formação de quadrilha e estelionato. Em março de 2023, ele voltou a ser preso também por suspeita de extorsão a proprietários rurais na cidade de Mirante do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo.
A FNL alega que a prisão de José Rainha é "de cunho político" e foi um "ato de retaliação aos lutadores do povo sem terra".