Em discurso da vitória, Lira diz que defenderá liberdade de expressão de parlamentares
Com 464 votos, o alagoano se tornou o presidente mais bem votado da história da Câmara dos Deputados
Brasília|Do R7, em Brasília
Em discurso após sua reeleição à presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) afirmou que defenderá a "liberdade de expressão" dos parlamentares durante o novo mandato.
"Seguiremos devotos da democracia e, para tanto, serei uma voz firme a favor das prerrogativas e liberdade de expressão de cada parlamentar, porque precisamos exercer nosso mandato de maneira plena", declarou.
Ao citar os outros Poderes da República, Lira disse que espera um "Executivo firme, dinâmico, que saiba negociar e administrar e cumpra com o seu papel" e que deseja que o Poder Judiciário continue a ser "guardião da Constituição, ciente das suas responsabilidades".
"Teremos um Legislativo firme, com uma Câmara dos Deputados autônoma e cumpridora do seu papel com o povo brasileiro, representado por seus 513 deputados eleitos democraticamente", completou.
Em seguida, o deputado disse que é preciso "olhar para frente" e citou os principais desafios da legislatura: o fortalecimento do SUS, a garantia de direitos das minorias e a promoção da educação sintonizada com o mercado de trabalho.
"Sabemos que o cobertor é curto e as necessidades sociais, gigantes. Somos 513 cabeças que, com maturidade, diferentes ângulos de visão e trajetórias de vida, vamos ajudar a construir soluções que evitem o populismo fiscal e melhorem a vida dos brasileiros."
A vitória do deputado alagoano foi uma das mais expressivas da história, com 464 votos. Ao menos 20 partidos apoiaram a candidatura de Lira, como as principais bancadas da Casa, o PT e o PL, que votaram em peso pela reeleição. O segundo colocado, Chico Alencar, obteve 21 votos. Cinco deputados votaram em branco.
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Em outro momento do discurso, Arthur Lira foi enfático em dizer que "não há mais espaço para aqueles que atentam contra os Poderes" e que o Parlamento não "referendará nenhum ato, discurso ou manifestação que atente contra a democracia".
Em seguida, o deputado citou os ataques antidemocráticos do dia 8 de janeiro, quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes e depredaram o patrimônio público. "Para aqueles que vandalizaram e envergonharam o povo brasileiro, haverá o rigor da lei", completou.
Lira está no quarto mandato como deputado federal e vai permanecer na presidência da Câmara até 2024. Agropecuarista, começou a vida política em 1992, quando foi eleito vereador em Maceió (AL). Filho do ex-senador Benedito de Lira (PP), manteve-se forte em todos governos e tornou-se líder do Centrão em 2019, a partir do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Antes disso, porém, já havia ganhado o status de negociador habilidoso. Seus principais campos de atuação são agronegócio, pecuária, regularização fundiária, orçamento e administração pública.