Em nota conjunta, países sul-americanos condenam onda de violência no Equador
Consenso de Brasília unirá esforços para combater de forma coordenada 'esse flagelo que afeta toda a região', diz comunicado
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
Os países sul-americanos membros do Consenso de Brasília – Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Guiana, Suriname, Peru, Uruguai e Venezuela – manifestaram por meio de comunicado "seu mais enérgico repúdio" à violência cometida por criminosos no Equador. O grupo transmite "seu explícito e inequívoco respaldo e solidariedade ao povo e às autoridades equatorianas em sua luta contra as ações do crime organizado".
"O Consenso de Brasília unirá esforços para combater de forma coordenada esse flagelo que afeta toda a região, conforme os princípios do direito internacional e das leis internas de cada país sul-americano", diz o comunicado. "Fazemos votos pelo pronto estabelecimento da segurança e da ordem pública nos marcos do Estado de direito e da institucionalidade vigente no Equador, com apreço e respeito pela democracia e pelos direitos humanos", completa.
A onda de violência no Equador foi tema de reunião nesta quarta-feira (10), no Palácio da Alvorada, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e com o assessor especial Celso Amorim. E encontro aconteceu no mesmo dia em que chegou a notícia de que o empresário brasileiro Thiago Allan Freitas havia sido sequestrado por criminosos. Durante a noite, ele foi libertado.
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De acordo com o Itamaraty, as autoridades policiais equatorianas confirmaram a libertação."O Ministério das Relações Exteriores continua a acompanhar o caso e a prestar a assistência ao nacional brasileiro e a seus familiares", disse a pasta. Mais cedo, um dos irmãos de Freitas recebeu uma ligação da polícia informando sobre a libertação.
O empresário é dono de um restaurante na cidade equatoriana de Guayaquil. A família usou as redes sociais para arrecadar dinheiro para o resgate. "Já pagamos US$ 1.100, mas estão pedindo US$ 3 mil. Peço que nos ajudem. Muito obrigado", disse Gustavo, filho do brasileiro, por meio das redes sociais.
O Equador vive uma onda de violência após a fuga do chefe da maior facção criminosa local. Líder do grupo "Los Choneros", José Adolfo Macias desapareceu da prisão onde estava detido. Com o pseudônimo de “Fito”, ele foi condenado em 2011 a 34 anos de prisão por vários crimes, incluindo tráfico de drogas e homicídio.
As Forças Armadas do país realizam um pente fino na unidade prisional para tentar controlar caos na segurança. Em meio à crise, uma emissora de televisão do país foi invadida por homens armados, que fizeram os funcionários reféns. Ninguém ficou ferido. A polícia informou que retomou o controle da emissora e prendeu os invasores. O presidente Daniel Noboa declarou estado de conflito armado interno, o que autoriza a intervenção do Exército e da polícia nacional no combate a facções criminosas.
O Ministério das Relações Exteriores repudiou, em comunicado, a onda de violência conduzida por grupos criminosos do Equador. Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro "acompanha com preocupação" e "manifesta também solidariedade ao governo e ao povo equatoriano" diante dos ataques.