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Em primeira decisão no STF, Zanin extingue processo de estelionato contra um homem e uma mulher

Dupla teria aplicado golpe em uma estrangeira, que pagou R$ 15,6 mil para que suspeitos resolvessem questões burocráticas no Brasil

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Zanin foi indicado ao STF pelo presidente Lula
Zanin foi indicado ao STF pelo presidente Lula Zanin foi indicado ao STF pelo presidente Lula

Recém-empossado no Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin proferiu nesta terça-feira (8) a primeira decisão como ministro da Corte. Ele concedeu habeas corpus para restabelecer um acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande (TJRN) que extinguiu a punibilidade de um homem e uma mulher acusados de estelionato. Na prática, a dupla não poderá ser presa pelos supostos crimes relatados no processo.

Olavo de Medeiros Dantas Júnior e Ana Cláudia de Oliveira Dantas teriam aplicado um golpe em uma estrangeira, que pagou R$ 15,6 mil para que os suspeitos resolvessem a revalidação do diploma de fisioterapia dela, obtido na Alemanha, e a regularização de terrenos que a vítima tinha em Ubatuba (SP). O caso ocorreu em março de 2015.

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A base da decisão de Zanin foi um entendimento anterior do STF, de que é necessária a representação da vítima para prosseguir com a ação penal por estelionato. Nesse caso, a estrangeira que tentava revalidar o diploma tinha feito uma renúncia expressa ao exercício da representação contra a dupla.

Em nota ao R7, o advogado de Olavo e Ana Cláudia, Síldilon Maia Thomaz do Nascimento, elogiou a determinação de Zanin. "A decisão do ministro é bastante inovadora ao admitir o uso do habeas corpus para afastar os requisitos de admissibilidade de um recurso especial. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte já havia determinado o trancamento da ação penal por ausência de condição de procedibilidade consistente na renúncia ao direito de representação, mesmo após um julgamento anterior que havia confirmado a condenação pela suposta prática do crime de estelionato", afirmou.

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"O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte manejou recurso especial buscando restabelecer a condenação, o qual foi admitido na origem. Em sede de habeas corpus, defendi perante o Superior Tribunal de Justiça que o recurso especial não deveria sequer ter sido admitido, tese que foi rejeitada naquele tribunal superior, mas que agora foi admitida pela decisão do ministro", completou o advogado.

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11 ministros no STF

Cristiano Zanin tomou posse como ministro do STF na última quinta (3). A entrada dele completou a formação dos 11 magistrados da Corte, que havia ficado desfalcada com a aposentadoria do então ministro Ricardo Lewandowski, em abril. Com 47 anos, Zanin pode ficar quase três décadas no cargo, até 2050, quando completará 75 anos.

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O novo ministro ocupará uma vaga na 1ª Turma do STF, integrada também por Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux. Durante o recesso de julho, ele cuidou dos trâmites administrativos da posse, da definição de assessores, da confecção da toga e de outros preparativos.

Zanin foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e teve o nome aprovado pelo Senado. Ele precisava de, no mínimo, 41 votos favoráveis e recebeu 58. Outros 18 senadores votaram contra a nomeação.

No STF, o advogado deve herdar de Lewandowski um acervo de processos considerado enxuto, de 552 ações, mas com casos de destaque. Entre os temas estão as regras da Lei das Estatais sobre a nomeação de conselheiros e diretores e a validade do decreto do presidente Lula que restabelece as alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins, que haviam sido reduzidas à metade no penúltimo dia da gestão de Bolsonaro.

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