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Enchentes, secas e tornados: saiba quem é responsável pelas catástrofes climáticas em 2024

Aumento da temperatura global, provocado por atividades humanas resultou no aumento dos desastres naturais

Brasília|Iasmim Albuquerque*, do R7, em Brasília


Atividades humanas contribuíram para eventos climáticos extremo Bruno Peres/Agência Brasil - 20/06/2024

A forma em como o ser humano explora o planeta tem impactado cada vez mais as catástrofes climáticas. Neste ano, o mundo presenciou desastres naturais que afetaram o funcionamento da sociedade, a economia de um país e o meio ambiente. A situação é causada pelo aumento da temperatura global, provocado pelas atividades humanas.

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“Está acontecendo uma mudança climática e em muito desses casos, o aumento da temperatura média global está por traz dos eventos extremos”, disse o pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) Celso Von Randow.

O especialista afirma que o fenômeno afeta a circulação atmosférica e os padrões de chuva, causando enchentes, seca e ondas de calor. Na prática, essa transformação da temperatura deveria ocorrer de forma natural, mas nos últimos anos, a atividade humana tem impulsionado e favorecido as catástrofes.


Um relatório da OMM (Organização Metereológica Mundial), divulgado em 2023, revelou que a temperatura média global ficou 1,4°C acima da média de 1850/1900, sendo o maior registro em 174 anos. Para 2024, a estimativa da organização, era que o ano fosse mais quente, com enormes impactos socioeconômicos.

Apenas neste ano, o mundo presenciou as quatro classificações de eventos extremos, sendo elas:


  • Hidrológica: Inundações, enchentes, alagamentos e deslizamentos;
  • Geológica ou geofísica: Deslizamentos, processos erosivos e movimentação de massa;
  • Meteorológica: Ciclones, tornados, vendavais e raios;
  • Climatológica: Ondas de frio e de calor, secas, queimadas, chuvas de granizo e geadas.

Sol e chuva: o mundo em dois extremos

No início do ano, o Brasil passou pela maior enchente na região Sul da história. Alguns municípios ficaram submersos, causando pelo menos 180 mortes. O volume da chuva também afetou outros países. Na Espanha, por exemplo, carros ficaram amontoadas, e mais de 4 mil pessoas precisaram sair de suas casas devido às enchentes.

Enquanto isso, no meio do ano, a África passou pela maior seca em 100 anos, ocasionando escassez de água, surto de doenças e desnutrição em algumas regiões. O Brasil também registrou uma média de 100 dias seguidos sem chuva, em 60 anos.


Os Estados Unidos enfrentaram diversos tornados que causaram danos graves em algumas cidades. O país também precisou se preparar para o furacão Milton, um dos mais temidos pelos norte-americanos.


Efeito estufa e as mudanças climáticas

O efeito estufa é um fenômeno natural que retém parte do calor do sol, permitindo que a Terra tenha uma temperatura favorável à vida. No entanto, a atividade humana tem aumentado a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, o que tem causado o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Como a Terra é um sistema, onde tudo está conectado, mudanças em uma área podem influenciar em todas as outras, permitindo transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima do planeta.


Redução de emissão de gases

Para Celso, há dois processos que precisam ser realizados para tentar freiar os efeitos da temperatura global. Um deles, é a mitigação da emissão de gases na atmosfera, principalmente quando acontece o desmatamento.

A prática de derrubar e queimar uma floresta dando lugar ao estabelecimento de uma pastagem libera uma grande quantidade de carbono na forma para atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.

O especialista ainda alerta os países que utilizam fontes de energia não renováveis no setor energético. Segundo ele, a queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão) facilita a emissão dos gases dióxido de carbono e metano na atmosfera, e por isso, a transição energética para sistemas mais limpos e renováveis é crucial para combater as mudanças climáticas.

“A sociedade precisa produzir energia e alimento, mas precisa ser de uma forma que reduza as emissões”

(Pesquisador e chefe da Divisão de Impactos, Adaptação e Vulnerabilidades do INPE, Celso Von Randow)

Ações de adapatação

Outro ponto citado, é questão de adapatação da sociedade à esses eventos extremos. Para Celso, é preciso ações de educação e conscientização sobre os riscos das mudanças climáticas. Além disso, os governos precisam “adaptar as cidades”, já que os eventos devem ocorrer ao longo dos anos, realizando gestão de recursos hídricos e de práticas agrícolas sustentáveis.

*Sob supervisão de Bruna Lima.





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