Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

Entenda as suspeitas sobre garantidora de contrato da Covaxin

CPI ouviu nesta quarta-feira o diretor-presidente da FIB Bank. Sendores apontaram uma série de inconsistências

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 ouviu, nesta quarta-feira (25/8), o diretor-presidente da FIB Bank, Roberto Pereira Ramos Júnior. A empresa deu garantia de R$ 80,7 milhões no contrato entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para venda de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, a R$ 1,6 bilhão.

“Não tem endereço próprio, usa o telefone do advogado... Isso é uma empresa fantasma. Os sócios já morreram, o dono do terreno é uma terceira pessoa, o criador da empresa é uma pessoa do interior de Alagoas, que tenta sair do quadro societário... É uma empresa fantasma, empresa fantasma que o Ministério da Saúde aceita como garantidora de um contrato de 1,614 bilhão”, afirmou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).

Ele se refere ao vendedor de frios de Alagoas, Geraldo Rodrigues Machado, que é apontado como um dos sócios fundadores da FIB Bank, que se chamava DTX. Durante a sessão, os senadores mostraram um áudio no qual ele diz ter tido a sua assinatura falsificada e seu nome usado de forma indevida pela empresa. Ele afirma, ainda, que até hoje tenta na Justiça tirar o nome dos quadros societários.

Apesar do nome (bank significa “banco” em inglês), a empresa não atua como banco, mas como uma prestadora de garantias fidejussórias (garantias pessoais). Segundo o depoente, a FIB Bank foi adquirida por sócios da empresa MB Guassu e pelo sócio da empresa Pico do Juazeiro Ricardo Benetti. Ambas são acionistas da FIB Bank. Segundo Pereira, foi Benetti que o contratou.


Benetti, por sua vez, é cliente do advogado Marcos Tolentino, presidente da rede de televisão Rede Brasil e amigo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Os senadores frisaram a relação entre Tolentino e a FIB Bank. Roberto Pereira afirmou que Tolentino é procurador da Pico do Juazeiro, e os senadores ainda apontaram que a MB Guassu tem como endereço a localização do escritório do advogado. Os senadores suspeitam que Tolentino seja sócio oculto, o que ele nega.

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que entre 4 de junho do ano passado e 12 de maio deste ano, a FIB Bank fez 19 transferências bancárias em um total de R$ 1,9 milhão para a empresa Brasil Space Air Log Conservação Aérea, que, segundo ele, pertence à família de Tolentino. Questionado sobre a questão, Pereira respondeu não saber o motivo. “Possivelmente por contratos que tenhamos entre essas duas empresas”, afirmou. Pressionado, disse apenas que serão apresentados os contratos à CPI junto com outros documentos.


7,5 bilhão e sócios mortos

O depoente afirmou que a empresa tem capital social de R$ 7,5 bilhões que, segundo os senadores, é constituído por imóveis. Pereira afirmou que são dois imóveis principais, um em São Paulo e outro em Castro (PR). 

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, ainda pontuou que os dois sócios da MB Guassu, uma das acionistas da FIB Bank, estão mortos e apresentou as certidões de óbito. “O problema é que eles fizeram movimentações... Por força dessa relação locatária, foi emitida carta de fiança. Fizeram um movimento da empresa junto ao FIB Bank”, afirmou.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.