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R7 Brasília

Entenda como funcionava programa espião que teria sido usado em ações ilegais na Abin

Nesta quinta-feira (11), Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva contra pessoas envolvidas no esquema

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília


Software consegue monitorar 10 mil celulares por até 12 meses Tânia Rêgo/Agência Brasil

A operação da Polícia Federal desta quinta-feira (11), que cumpriu cinco mandados de prisão preventiva contra pessoas suspeitas de participação em um suposto esquema de espionagem ilegal com a estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), apurou o uso do programa First Mile para o monitoramento ilegal de autoridades públicas. O software permitiu que os envolvidos no esquema fizessem vigilância de milhares de pessoas. Segundo a PF, em dois anos e meio a ferramenta foi acessada ao menos 60 mil vezes.

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Segundo a Polícia Federal, para acionar o sistema de geolocalização e ter acesso às informações das pessoas, bastava digitar o número do celular. A aplicação também criava históricos de deslocamento e alerta em tempo real da movimentação dos aparelhos cadastrados. O software consegue monitorar cerca de 10 mil celulares por até 12 meses.

A investigação revelou que a Abin foi utilizada para monitorar ilegalmente ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo fontes ligadas à PF, os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes estão na lista de suposta espionagem irregular.

O nome do ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia também está entre os que teriam sido monitorados ilegalmente pela Abin.


Anatel

Em fevereiro deste ano, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) abriu uma investigação para apurar se as operadoras de telefonia sabiam do possível monitoramento ilegal.

“A agência informa ter requerido informações à Polícia Federal que possam contribuir para a continuidade das apurações”, ressaltou à época. O R7 entrou em contato com a agência para saber se existe alguma nova informação e aguarda resposta.


Nova operação

A PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva contra pessoas que teriam participado do suposto esquema de espionagem ilegal e também sete mandados de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pelo STF. A ação policial ocorreu nas cidades de Brasília, Curitiba, Juiz de Fora (MG), Salvador e São Paulo.

Os alvos dos mandados, segundo a PF, faziam parte de uma organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas. O grupo também usava os sistemas da Abin para produzir notícias falsas, segundo a Polícia Federal.


Ainda de acordo com a PF, a organização criminosa acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para fazer a espionagem. Também teriam sido criados perfis falsos pelos integrantes do suposto esquema.

“Nesta fase, as investigações revelaram que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas. A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos”, disse a PF, em nota.


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