O fim da jornada de 6 dias de trabalho por um de descanso ganhou destaque nas redes sociais neste fim de semana. O debate sobre a PEC (proposta de emenda à Constituição), de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), ficou em primeiro lugar nos assuntos mais discutidos pelos internautas na rede social X, antigo Twitter.A parlamentar formalizou uma proposta elaborada pelo Movimento Vida Além do Trabalho, liderado pelo vereador eleito Rick Azevedo (PSOL-RJ). O movimento já conseguiu a adesão de mais de 1,3 milhão de assinaturas da petição online em defesa da proposta.O texto precisa da assinatura de um terço dos parlamentares do Congresso. Na Câmara, isso equivale a 171 deputados. Até o momento, Erika conseguiu metade dos apoios necessários.A proposta poderia mexer em dinâmicas trabalhistas. Pelo texto da CLT (Constituição e da Consolidação das Leis do Trabalho), a jornada de trabalho não pode ser superior a oito horas diárias e 44 horas semanais, sendo facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.A Constituição, por sua vez, assegura ao trabalhador o direito ao repouso semanal remunerado, “preferencialmente aos domingos”.Um dos que assinaram a favor da proposta foi o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). Em seu perfil no X, ele ressaltou o apoio e afirmou que essa é uma “pauta mundial”.Do outro lado, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM), se colocou contra o texto. Na avaliação dele, a proposta deve prejudicar a economia, mas afirma que pode ser “convencido do contrário”.O tema já vem sendo discutido pela Casa desde 2019, quando o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) criou uma PEC que previa a redução gradual da jornada de trabalho para 36 horas semanais em um período de 10 anos, sem alteração salarial. Atualmente, a proposta tramita na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.