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R7 Brasília

‘Escalada autoritária e parcial’, diz líder da oposição sobre operação contra Gustavo Gayer

Deputado federal foi alvo de busca e apreensão por suspeita de desviar cotas parlamentares e falsificar documentos

Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília

Waldemir Barreto/Agência Senado - 18/06/2024

Líder da oposição licenciado no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) criticou nesta sexta-feira (25) a Operação Discalculia, da Polícia Federal, que teve como um dos alvos o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). Pela manhã, os agentes realizaram busca e apreensão na casa do parlamentar. O deputado nega qualquer acusação.

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A investigação mira uma associação criminosa suspeita de desviar cotas parlamentares e falsificar documentos para a criação de uma organização de sociedade civil de interesse público. Os 19 mandados foram expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Conforme Marinho, a busca e apreensão “representa mais uma ação nessa escalada autoritária e parcial de um ministro do STF contra um espectro político que representa grande parte da população brasileira”. Além disso, o senador destacou não conhecer o mérito da investigação e que o PL está “perplexo” com o ocorrido.

Marinho ainda relacionou a operação ao segundo turno das eleições municipais, que acontece no domingo (27), pois Gayer seria o “maior líder do PL” em Goiás. “[O ministro do STF Alexandre de] Moraes sabe que esse gesto impacta e pode contaminar as eleições do próximo domingo”, afirmou.


“Faltam menos de 48 horas para o início das eleições nos municípios que terão 2º turno. E nos parece que faltou razoabilidade, proporcionalidade e prudência na decisão que poderá contaminar o resultado eleitoral do próximo domingo”, continuou o senador.

Para Marinho, o alvo da investigação é de “baixa repercussão financeira”, por isso ele estranhou a medida de busca e apreensão adotada. “Defendemos que a Justiça seja cumprida no processo legal, respeitando os mandatos parlamentares, contraditório”, finalizou.


Entenda a operação

Durante a ação desta manhã, o deputado teve o celular, um HD e um cartão de memória apreendidos. Os mandados foram cumpridos em Cidade Ocidental (GO), Valparaíso de Goiás (GO), Aparecida de Goiânia e Goiânia (GO). A operação contou com o apoio de 60 policiais.

Segundo as investigações, foram identificadas falsificações em ata de assembleia da organização de sociedade civil, consistente em data retroativa. De acordo com o documento, os funcionários da época teriam de um a nove anos.


Os envolvidos são investigados por associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato-desvio.

Segundo a PF, o deputado é uma “peça central“ no esquema ilícito. A polícia aponta Gayer como ”suspeito dos possíveis crimes, responsável por direcionar as verbas parlamentares para atividades de particulares, as quais tinham o intuito de movimentar atos antidemocráticos, e autorizar a participação dos demais integrantes do grupo nestas atividades”.

Os indícios colhidos indicam que o parlamentar teria empregado secretários parlamentares, remunerados com recursos públicos, para o desempenho de demandas privadas. “Bem como teria utilizado verbas públicas para manter, ainda que parcialmente, essas atividades privadas, uma vez que funcionariam em local custeado com verbas de cota parlamentar”, continua a denúncia.

Conforme as investigações, Gayer teria pago, com dinheiro público, a uma empresa de político que estava nos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023.

Deputado se manifesta

Em publicação nas redes sociais, o deputado federal afirmou que nunca fez nada de errado e que é tratado como criminoso.

“Hoje, 25 de outubro, dois dias antes das eleições do segundo turno, do qual um candidato meu participa em Goiânia, eu acordo às 6h da manhã pela Polícia Federal. Hoje sofri busca e apreensão a mando do Alexandre de Moraes”, disse.

O parlamentar detalhou que o inquérito é sigiloso e que ele não consegue ter acesso ao motivo da busca e apreensão. “É surreal o que está acontecendo. Esse é o Brasil que a gente vive. Não consigo saber o porquê eu recebi essa busca e apreensão. O inquérito é físico, em papel, não é digital que dá para acessar.”

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