‘Evangélico no STF equilibra os pensamentos’, diz presidente do PT sobre indicação de Messias
Lula ainda não anunciou escolha, mas optou por indicar o atual AGU; de olho em 2026, nome pode aproximar petista do campo evangélico
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, e Tainá Farfan, da RECORD, enviadas especiais a Belém
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O presidente do PT, Edinho Silva, afirmou nesta terça-feira (11) que a provável indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao STF (Supremo Tribunal Federal) pode ajudar a “equilibrar” as opiniões na Corte, já que Messias é evangélico.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não anunciou formalmente a decisão de indicar o atual AGU para a vaga aberta com a aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso. No entanto, como o R7 mostrou, a apresentação do nome de Messias é dada como certa e deve ocorrer nos próximos dias.
“Messias é um jurista brilhante. Na minha avaliação, um dos maiores juristas hoje do país. Muito preparado, com capacidade de diálogo com a sociedade como um todo. E é evangélico, não esconde, se assume. Claro que ter um evangélico no STF equilibra também a forma de pensamentos, as concepções. Acho que é um fator a mais”, destacou, em entrevista exclusiva à RECORD e ao R7, no estúdio da RECORD montado na COP30, em Belém (PA).
Atualmente, apenas o ministro André Mendonça, indicado ao STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é evangélico. Mendonça é presbiteriano e Messias frequenta a Igreja Batista.
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Diálogo com o Senado
Edinho ponderou, contudo, que o anúncio oficial depende de Lula. “Se o presidente tiver convicção que é [para escolher] o Messias, penso que vai dialogar com o Senado antes. Tem que ter diálogo, para valorizar o Senado. O presidente saberá o momento ideal de tomar essa decisão”, acrescentou.
Indicações do presidente da República ao STF precisam ser referendadas pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e pelo plenário do Senado.
Escolha
A princípio, a indicação ao STF seria feita até o fim de outubro, mas Lula optou por deixar o anúncio para depois da COP30. O petista retornou a Brasília na segunda (10), após 10 dias em Belém.
Pesou na decisão de “adiamento” a pressão pela escolha do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A “candidatura” de Pacheco é capitaneada pelo atual dirigente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP).
Para Edinho, a escolha pelo atual AGU pode contribuir para a manutenção da estabilidade do país. “Tendo no STF o Messias ajuda a equilibrar a relação entre os Poderes e melhorar o diálogo entre as instituições, que é o que queremos”.
Cenário político
O petista prefere que o ex-presidente do Senado concorra ao governo de Minas Gerais no próximo ano. Pacheco deve ser o nome apoiado por Lula para disputar com o atual governador mineiro, Romeu Zema (Novo).
Na visão de aliados, a oposição ao petista pode dificultar o aval do Senado a Messias. Além de ser visto como próximo a Lula, o atual advogado-geral da União foi assessor da ex-presidente Dilma Rousseff — ele atuou como subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil durante a gestão de Dilma.
Lula optou por Messias apesar da ponderação de interlocutores próximos. O cálculo do presidente envolve as eleições do próximo ano — como Messias é evangélico, a indicação ao Supremo pode aproximar o Lula do grupo, majoritariamente contrário ao presidente.
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