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R7 Brasília

FAB interceptou mais de 4 mil aeronaves no espaço aéreo brasileiro em cinco anos

Estados com o maior número de interceptações em 2024 foram Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e São Paulo

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

207 aeronaves foram interceptadas neste ano Divulgação/FAB/Arquivo

A FAB (Força Aérea Brasileira) interceptou mais de 4 mil aeronaves em cinco anos. A ação ocorre quando o avião não tem autorização para estar no espaço aéreo brasileiro ou apresenta um comportamento considerado suspeito. Segundo a Aeronáutica, os militares interceptaram 207 aeronaves em 2024, o que demonstra uma redução no número de ocorrências em comparação aos últimos anos (veja relação abaixo).

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Os estados com o maior número de interceptações em 2024 foram Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e São Paulo, sendo as principais razões para essas ações a identificação e averiguação de aeronaves suspeitas. “Por meio do emprego contínuo de radares, satélites e aeronaves especializadas, a FAB tem atuado de forma incisiva para coibir tráfegos aéreos ilícitos e garantir a segurança do território brasileiro”, explica a Força Militar.

O coronel aviador Leonardo Venancio Mangrich explica que a queda no número de aeronaves interceptadas reflete a intensidade do trabalho preventivo e integrado entre os órgãos de segurança pública. “Temos utilizado uma ampla gama de meios e informações provenientes de diversos órgãos de segurança pública e fiscalização para identificar e agir contra tráfegos aéreos ilícitos de maneira preventiva. Ao focarmos em pontos estratégicos e utilizarmos dados de inteligência, estamos conseguindo diminuir a necessidade de interceptações, o que mostra que o trabalho preventivo está sendo extremamente efetivo”, disse.

Veja o número de ocorrências por ano:


  • 2019 - 843
  • 2020 - 984
  • 2021 - 1.147
  • 2022 - 435
  • 2023 - 404
  • 2024 - 207 (até julho)

Em um dos casos, um piloto da FAB interceptou uma aeronave que ingressou no espaço aéreo brasileiro vinda do Paraguai em abril deste ano. No áudio da cabine, é possível ouvir o militar comunicando que os pilotos deveriam realizar um pouso obrigatório em Londrina (PR). “Por determinação da defesa aérea, sua aeronave deverá efetuar pouso obrigatório no aeroporto de Londrina”, disse o piloto. Já em solo, a PF confirmou as suspeitas e encontrou 565,60 kg de cocaína. O piloto, habilitado desde 2021, foi preso em flagrante por tráfico internacional de drogas e encaminhado à Delegacia de Polícia Federal em Marília (SP).

Etapas


A interceptação começa com a detecção de uma aeronave não identificada ou suspeita dentro da Zona de Identificação de Defesa Aérea. O controle de tráfego aéreo, seja civil ou militar, tenta entrar em contato com a aeronave para determinar sua identidade e intenções. Se não houver resposta, ou se a resposta for considerada insatisfatória, são enviados caças interceptadores para identificar visualmente a aeronave.

“A presença constante e estratégica dessas aeronaves, aliada a tecnologias avançadas, tais como a utilização de Inteligência Artificial (IA), permitiu uma redução significativa no número de aeronaves interceptadas. Essa queda, no entanto, não reflete uma diminuição dos esforços da FAB, mas sim a eficácia das ações preventivas e de dissuasão”, finalizou.


Tiro de aviso

Segundo a FAB, o tiro de aviso é a técnica utilizada quando o piloto não responde às tentativas de comunicação e continua a se comportar de maneira suspeita. “Este tiro é uma medida dissuasiva, destinada a mostrar à aeronave que ela deve obedecer às ordens emitidas. Este tiro é gravado e auditado para garantir a transparência e a conformidade com as leis em vigor”, afirma.

Um dos casos deste ano aconteceu em janeiro, quando a FAB identificou um avião suspeito sobrevoando o espaço aéreo próximo à Terra Indígena Yanomami. Após o descumprimento das ordens do piloto da FAB, foi necessário que a defesa aérea realizasse o Tiro de Aviso. “A Polícia Federal realizou a apreensão da aeronave, e o piloto evadiu-se do local após o pouso”, disseram os militares à época.

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