Família de ex-presidente do Pros faz parte de suposta organização criminosa, diz PF
Eurípedes Júnior é presidente do Solidariedade desde a fusão das legendas; inquérito apura desvio de R$ 36 milhões
Brasília|Gabriela Coelho e Jéssica Gotlib, do R7, em Brasília
Sete familiares do presidente do Solidariedade, Eurípedes Júnior, são investigados por participação no suposto esquema de desvio de R$ 36 milhões dos fundos partidário e eleitoral do antigo Pros (Partido Republicano da Ordem Social). Júnior é indicado como líder de uma organização criminosa, da qual também participariam: a própria esposa, Ariele Macedo; as duas filhas, Jheniffer e Giovanna de Macedo; o primo, Alessandro Sousa, ao lado da esposa, Cíntia Lourenço; o irmão Fabrício Gomes; a cunhada, Kelle Dutra.
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Enquanto Ariele e Giovanna Macedo são citadas como laranjas do esquema, a outra filha de Eurípedes Júnior, Jheniffer Macedo, participaria do grupo central da organização criminosa. Segundo o relatório da PF, os alvos agiam em várias frentes, desviando recursos destinados à manutenção da legenda pelo Fundo Partidário e à promoção de candidaturas pelo Fundo Eleitoral.
Para a lavagem do dinheiro, há indícios de uso de empresas e fundações, além da contratação de serviços de advogados. Compra e venda de imóveis também estão entre as transações utilizadas como evidência de crime pela polícia. Viagens da família ao exterior, como à cidade de Miami (EUA), também levantaram suspeita.
O R7 tenta contato com a defesa de Eurípedes Júnior. Em nota, o Solidariedade informou que “esses são fatos ocorridos antes da incorporação do Pros ao Solidariedade”. “Não temos como responder sobre algo que aconteceu antes dessa junção”, afirmou o partido.
Polícia cumpriu mandados de prisão preventiva, busca e apreensão
O Pros foi incorporado ao Solidariedade em fevereiro de 2023, enquanto as denúncias apuradas no inquérito ocorreram próximas às eleições de 2022. Logo em seguida da fusão, Eurípedes Júnior se tornou presidente do partido. Todos os nomes constam na investigação que motivou a operação da PF (Polícia Federal) da manhã desta quarta-feira (12), na qual seis pessoas foram presas.
Após não ser encontrado nas buscas, o presidente do Solidariedade foi declarado foragido. Segundo a apuração da PF, à qual o R7 teve acesso, há pelo menos 29 pessoas envolvidas no desvio de bens e dinheiro do partido. O relatório individualiza as condutas dos envolvidos e separa o grupo em quatro núcleos: central, laranjas, advogados e falsos candidatos.
Além dos sete mandados de prisão preventiva, a PF também cumpriu 45 ordens de busca e apreensão em Planaltina de Goiás, São Paulo e Distrito Federal. A ação tramita na Justiça Eleitoral em Brasília.