Fazenda prevê crescimento menor do PIB no 2º trimestre devido a enchentes no RS
Mais cedo, o IBGE divulgou que a economia brasileira cresceu 0,8% no primeiro trimestre em 2024, puxada por alta no setor de serviços
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O Ministério da Fazenda informou, nesta terça-feira (4), que a expectativa é de desaceleração no ritmo de crescimento da economia no segundo trimestre de 2024 em decorrência da calamidade no Rio Grande do Sul. Mais cedo, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a economia brasileira cresceu 0,8% no primeiro trimestre em 2024 em relação aos últimos três meses do ano passado. O crescimento foi puxado, sobretudo, pelo setor de serviços, que teve alta de 1,4% no período.
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“Apesar da recuperação observada na margem para o PIB do 1º trimestre de 2024, a expectativa é desaceleração no ritmo de crescimento no próximo trimestre, repercutindo a calamidade no Rio Grande do Sul. A agropecuária e a indústria de transformação devem ser atividades especialmente afetadas, uma vez que são proporcionalmente mais importantes no PIB do estado que no PIB nacional”, diz nota elaborada pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda, comandada pelo secretário Guilherme Mello.
“No setor de serviços, atividades como transportes e outras atividades de serviços também devem ser impactadas pela calamidade, repercutindo a piora da mobilidade e as restrições no provimento de serviços pessoais, de alimentação e de alojamentos. Medidas de auxílio fiscal e de crédito devem auxiliar a mitigar os impactos negativos desse episódio, mas seus efeitos devem se diluir ao longo deste e dos próximos trimestres. Dessa maneira, mesmo com o resultado positivo e similar ao projetado pela SPE no 1T24, restam incertezas a respeito da estimativa de crescimento para 2024″, completa.
O estado do Rio Grande do Sul foi fortemente atingido por enchentes e chuvas desde o final de abril. Dados divulgados pela Defesa Civil gaúcha às 9h desta terça-feira mostram que 172 pessoas morreram em decorrência da tragédia ambiental, enquanto 44 estão desaparecidos. Além disso, 806 estão feridos. Ao todo, 476 municípios e 2.392.686 pessoas foram afetadas.
A alta da economia brasileira, segundo a Fazenda, repercutiu o melhor desempenho de atividades cíclicas pela ótica da oferta, como o da indústria da transformação, do comércio e de serviços, além de maior ritmo de expansão da absorção doméstica pela ótica da demanda, com destaque para o avanço do consumo das famílias e do investimento. A secretaria comandada por Mello afirma que o avanço da massa de rendimento e das concessões de crédito auxiliam a explicar a trajetória de crescimento.
A nota elaborada pela Fazenda compara, ainda, o resultado da economia brasileira com os PIBs do G20, grupo dos países mais ricos do mundo. “O Brasil ocupou a 5ª colocação na margem; a 8ª colocação na comparação interanual; e a 7ª melhor posição no acumulado em quatro trimestres”, diz.
Integram o o G20 União Europeia, União Africana e os seguintes países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.