Filme sobre a Amazônia reúne lideranças indígenas e princesa belga na embaixada da Bélgica
Foi a primeira exibição da obra; evento teve as presenças da princesa Maria Esmeralda da Bélgica e do cacique Raoni Metuktire
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
A Embaixada da Bélgica no Brasil exibiu nesta quarta-feira (26) o documentário 'Amazônia, o coração da mãe terra'. A sessão foi a primeira exibição do filme que ainda não está finalizado. A obra será lançada oficialmente em novembro deste ano.
O evento teve as presenças de lideranças indígenas, incluindo o cacique Raoni Metuktire.
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O filme é parte de um projeto voltado à luta pela demarcação das terras indígenas no Brasil, contra o aquecimento global, e pela consolidação do crime de ecocídio no cenário internacional. A obra é de autoria do ativista francês Gert-Peter Bruch e da Princesa Maria Esmeralda da Bélgica.
O documentário de 50 minutos conta a história da demarcação das terras indígenas no Brasil e fala sobre visão de mundo das culturas indígenas, além da ligação desses povos com a floresta amazônica e a importância da preservação ambiental.
Para a Princesa Esmeralda da Bélgica, o filme é uma tentativa de fazer com que as pessoas olhem para a Amazônia e para os povos indígenas. “O objetivo número um é a demarcação das terras indígenas, mas isso é uma decisão do Brasil. Também, existe a necessidade de ajuda e uma aliança com o resto do mundo, e estamos tentando fortalecer essa aliança para agirmos nessa situação”, afirmou.
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“Os povos indígenas estão no front da crise climática e a Amazônia é importante para todo o planeta. Não é apenas uma crise climática, mas uma crise de perda da biodiversidade e é por isso que essa luta é tão essencial”, acrescentou a princesa.
Tentativa de sensibilizar
Gert-Peter Bruch, que trabalhou acompanhando a luta do cacique Raoni, destacou que colabora com a princesa em projetos de sensibilização da população sobre a causa indígena e a proteção da Amazônia há cerca de dois anos e meio. “Temos uma história de coração com o povo Kayapó e o cacique Raoni. Decidimos fazer uma viagem ao Xingu juntos, e um filme”, relatou.
“O projeto é importante para lembrar da necessidade da demarcação das terras indígenas para todo o mundo. E também queremos fazer uma ligação com a necessidade do reconhecimento do crime de ecocídio em nível internacional”, destacou. “Fizemos um filme para sensibilizar o mundo e mostrar que foi por conta de algumas mulheres e homens que os povos indígenas conseguiram a atenção do mundo para a Amazônia”, explicou.
O embaixador da Bélgica no Brasil, Peter Claes, destacou que o trabalho é uma continuidade do trabalho do Rei Leopoldo 3º da Bélgica, que esteve com indigenistas na década de 1960. “Aproveitamos a presença do Acampamento Terra Livre para mostrar pela primeira vez o filme em Brasília, aqui na embaixada”, disse.