Flávio Dino diz que há 'visão clara de execução' em morte de médicos no RJ
Uma das vítimas, Diego Bomfim, era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim; a Polícia Federal atua no caso
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta quinta-feira (5) que o atentado contra quatro médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, apresenta evidências de ter sido uma execução. Três médicos morreram, e um está internado em estado grave. Uma das vítimas era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), casada com o também parlamentar Glauber Braga (PSOL-RJ).
"Evidentemente, há uma visão clara de que se cuida de uma execução, e não de um crime patrimonial; pela própria dinâmica dos fatos, isso fica bem evidenciado. Há duas ou três linhas de investigação sendo percorridas. O fato de haver proximidade com dois deputados federais chama a presença da Polícia Federal", declarou o ministro durante um evento em Salvador.
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Dino chamou o episódio de "tragédia". "O Rio de Janeiro vive crise crônica na segurança pública há décadas. Falei com Cláudio Castro, governador do RJ, que é do PL, e com Eduardo Paes, o prefeito da capital, que é do PSD. Falamos com todos. Parte da equipe do ministério está no Rio, fortalencendo as ações do governo do estado", acrescentou.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que acompanha o ministro na agenda em Salvador, afirmou que há uma equipe da corporação no Rio de Janeiro, com a Polícia Civil do estado. "Colocamos à disposição todo nosso parque tecnológico e equipes de inteligência, perícia, balística e de imagens", elencou.
Dino determinou à PF que acompanhe as investigações. A ação dos criminosos ocorreu nas primeiras horas da madrugada. Eles atiraram cerca de 30 vezes contra as vítimas e foram embora em seguida, sem levar nada.
O caso
Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralff de Souza Bomfim foram assassinados e Daniel Sonnewend Proença ficou ferido em um ataque a tiros em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, nessa madrugada. As vítimas estavam no Rio de Janeiro para um congresso internacional de ortopedia.
Uma das linhas de investigação é que eles tenham sido atacados por engano. A suspeita é que uma das vítimas pode ter sido confundida com o filho de um miliciano da comunidade Rio das Pedras, que fica na mesma região.
Novas imagens de câmeras de segurança que flagraram a ação dos criminosos, obtidas pela Record TV, mostraram que eles passaram de carro pelo local e fizeram o retorno na via antes de executar as vítimas.