Operação que previne ataques nas escolas fez 400 prisões desde abril, afirma Flávio Dino

Name: Operação que previne ataques nas escolas fez 400 prisões desde abril, afirma Flávio Dino
Uploaded: 2023-10-03T13:12:00Z
Duration: 8 min 30 s
Description: Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, só em 2023 já foram registrados sete casos de violência em instituições de ensino

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, só em 2023 já foram registrados sete casos de violência em instituições de ensino

Brasília|Giselle Santos, do R7, em Brasília

03/10/2023 - 10h12 (Atualizado em 29/03/2024 - 09h53)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, divulgou nesta terça-feira (3) um novo balanço da Operação Escola Segura, que visa prevenir ameaças e ataques às instituições de ensino brasileiras. De acordo com o ministro, desde abril, quando foi lançado o programa, foram realizadas 400 prisões ou apreensões de adolescentes e 381 buscas e apreensões. Além disso, segundo Dino, 3.404 boletins de ocorrência foram registrados e 2.844 casos estão em investigação.

"E ainda há extremistas achando que 'liberdade de expressão' protege ameaças e agressões contra crianças, adolescentes e educadores", afirmou Dino nas redes sociais.

Seguimos com a Operação Escola Segura, lançada em abril:
400 prisões e/ou apreensões de adolescentes;
381 buscas e apreensões em domicílios;
3.404 de boletins de ocorrência;
2.844 de casos em investigação.

Canal de denúncias aberto - https://t.co/pD3IJYNXm6

E ainda há…
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) October 3, 2023

O ministro divulgou ainda o canal para o recebimento de informações e de denúncias sobre suspeitas de ataques a escolas. A plataforma permite que os casos sejam analisados de forma mais rápida e eficiente por uma equipe de 50 policiais do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Diretoria de Operações Integradas e Inteligência (Diopi), que tem auxiliado em investigações sobre crimes virtuais no Brasil.

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O pacote de medidas para prevenir e combater a violência nas instituições de ensino foi lançado logo após o ataque à creche Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau (SC), quando um homem invadiu o centro de educação infantil e matou quatro crianças — de idade entre 4 e 7 anos — e feriu outras cinco com uma machadinha.

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Um levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz, divulgado
em meados de maio, revela que o Brasil registrou 25 ataques em escolas desde
2002, quando aconteceu o primeiro caso desse tipo. Mais da metade desses episódios
ocorreu nos últimos quatro anos, em uma escalada de massacres

O primeiro caso a constar em levantamentos oficiais aconteceu no Colégio Sigma, em Salvador, na
Bahia, em outubro de 2002. Um jovem de 17 anos usou um revólver calibre 38 para
matar duas colegas de classe, com quem supostamente tinha um
relacionamento conturbado

O assunto sumiu do noticiário nacional por cerca de uma
década, até 7 de abril de 2011, quando um ex-aluno de 23 anos entrou na Escola
Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio, assassinou 12 pessoas e
feriu 22. Esse é o maior massacre escolar da história do país

Já em 2023, três casos chocaram o país. O primeiro deles
aconteceu em 27 de março, na Escola Estadual Thomázia Montoro, na Vila Sônia, zona sul de
São Paulo, onde uma professora foi morta por um aluno, enquanto seis
pessoas foram feridas. O autor do ataque, um jovem de 13 anos, foi apreendido
pela Polícia Militar

Oito dias depois, um novo caso abalou o Brasil. Um homem de
25 anos, portando uma machadinha, matou quatro crianças após pular o muro da creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, Santa Catarina. Apesar de fugir do
local do crime, o autor do ataque se entregou às autoridades

19 de junho: Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR)

Um ex-aluno entrou armado no Colégio Estadual Professora Helena Kolody e matou dois alunos a tiros. O autor, de 20 anos, conseguiu entrar no prédio informando que iria solicitar o seu histórico escolar. Ele foi imobilizado por um professor e, posteriormente, detido e encaminhado para Londrina, a cerca de 15 km de Cambé

Somados os dados levantados pelo Instituto Sou da Paz com o
caso em Cambé, os episódios de violência fizeram 139 vítimas, com 46 mortes
no total

Um levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz, divulgado em meados de maio, revela que o Brasil registrou 25 ataques em escolas desde 2002, quando aconteceu o primeiro caso desse tipo. Mais da metade desses episódios ocorreu nos últimos quatro anos, ...

Em junho, outro caso de grande repercussão abalou o país. A estudante Karoline Verri Alves, de 15 anos, foi morta a tiros por um ex-aluno no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR). No ataque, o namorado da vítima, Luan Augusto, também foi baleado. Ele foi levado à emergência em estado gravíssimo, mas, um dia depois, morreu no hospital. O autor do ataque foi encontrado morto na cela em que estava detido, na Casa de Custódia de Londrina.

Segundo o 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2002 a 2022 foram registradas ao menos 16 ocorrências de ataques a escolas no país. Só em 2023, já foram mais sete. O relatório constata que a violência seria motivada "sobretudo por discursos de ódio, bullying, racismo, misoginia, intolerância étnica ou religiosa".