Força Aérea vai usar caças com mísseis durante cúpula do Brics no Rio de Janeiro
Aeronáutica diz que uso de caça com míssil busca otimizar tempo de reação caso uma aeronave não autorizada entre em área restrita
Brasília|Do R7, em Brasília

A Força Aérea Brasileira vai adotar um esquema especial de defesa do espaço aéreo durante a reunião de chefes de Estado dos países do Brics, que ocorrerá entre os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, no Museu de Arte Moderna. O planejamento inclui caças equipados com mísseis, restrições temporárias de voo em áreas próximas aos locais do evento e operação integrada com Exército, Marinha e órgãos de segurança pública.
Segundo o comandante de Operações Aeroespaciais, tenente-brigadeiro do ar Alcides Teixeira Barbacovi, o uso de caças equipados com mísseis, algo que não foi adotado em operações anteriores, como a cúpula do G20 em 2024, faz parte de uma estratégia para reduzir o tempo de reação caso alguma aeronave não autorizada invada as áreas de exclusão durante o evento.
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De acordo com ele, a configuração dos caças com armamento real foi definida após experiências anteriores apontarem a necessidade de respostas mais rápidas em situações de risco.
“Todas as ações que são tomadas são justamente para nos dar tempo de reação. Esse tempo também decorre de eu tentar identificar essas aeronaves fora das aglomerações do Rio de Janeiro para que se essa aeronave tiver que ser impedida do seu voo, ela possa pousar ou sair para algum lugar ou cair em algum lugar que não tenha aglomerações de pessoas e não chegue nem próximo ao centro do Rio de Janeiro”, afirmou.
Barbacovi também explicou que o planejamento considera a preservação de vidas e a redução de danos colaterais. “A nossa maior intenção é a preservação de vidas e dar segurança a todo mundo que está envolvido na cúpula e na região como um todo. É por isso que nós decidimos colocar esses mísseis também como uma arma a melhorar o nosso tempo de reação”, completou.
Serão usados cinco tipos de aeronave para a segurança do espaço aéreo do Rio de Janeiro durante a cúpula do Brics:
- F-5M (caça)
- A-29 - super Tucano (caça)
- KC-390 (avião que pode reabastecer durante o voo)
- E-99 (aeronave radar)
- H-60 (Black Hawk)
Outras regras
A estratégia de segurança definida pela FAB inclui áreas de exclusão aérea divididas em faixas:
- uma área mais ampla, de 150 km, onde aeronaves só podem voar com plano de voo aprovado, transponder ativo e comunicação constante;
- uma segunda área de 110 km com restrições adicionais;
- uma zona vermelha de supressão, com 10 km de raio; e
- uma faixa ultra restrita, sobre os locais das reuniões, onde praticamente nenhum voo será permitido, exceto para helicópteros de resgate autorizados.
Drones serão proibidos de voar nas áreas de segurança ativadas, com liberações específicas apenas para operações de segurança pública, em coordenação com o Centro Integrado de Operações do Rio.
A Força Aérea reforça que toda a malha aérea foi coordenada antecipadamente: o Aeroporto Santos Dumont ficará fechado de sábado (5) até segunda-feira (7), mas o Galeão continuará operando normalmente para absorver voos remanejados.
“Nós criamos áreas de ativação. Nós temos uma expertise dos outros grandes eventos que nós já participamos. Tendo em vista a progressividade das ações que a gente toma, toda ação de defesa espacial tem uma ação progressiva das medidas coercitivas. Então, a gente começa falando com a aeronave, começa perguntando porque que ela não está atendendo as determinações da defesa aérea ou controle de tráfego aéreo, até chegar a uma possível utilização de um armamento como esse, que são as unidades de tiro, mísseis, que vão proteger a nossa área no Rio de Janeiro como um todo”, disse Barbacovi.
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