Brasília Frente do agro critica governo por querer voltar com imposto sobre a cesta básica

Frente do agro critica governo por querer voltar com imposto sobre a cesta básica

Executivo quer garantir devolução de impostos aos beneficiários do Bolsa Família e estuda onerar os produtos quem compõem a cesta

  • Brasília | Bruna Lima, do R7, em Brasília

Deputados da FPA apresentam propostas para a reforma tributária, nesta terça-feira (28)

Deputados da FPA apresentam propostas para a reforma tributária, nesta terça-feira (28)

Bruna Lima/R7

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), afirmou nesta terça-feira (28) que a cobrança de impostos sobre produtos da cesta básica preocupa o produtor agropecuário e gera um impacto ao consumidor final mais prejudicial do que os benefícios que traria uma proposta de 'cashback'.

A afirmação foi feita durante uma reunião entre membros do grupo técnico que discutem a reforma tributária na Câmara dos Deputados para apresentar as propostas do setor. Na ocasião, Lupion avaliou negativamente a ideia do governo federal em dar um 'cashback' à população mais vulnerável.

"Nosso entendimento hoje, tecnicamente, é que a questão do cashback não funcionaria e a desoneração dos produtos da cesta básica deveria ser mantida", disse o presidente da FPA.

O secretário extraordinário do Ministério da Fazenda que discute a reforma tributária, Bernard Appy, diverge do posicionamento. "Quero devolver o imposto correspondente ao gasto com cesta básica aos mais pobres. O efeito disso é maior do que desonerar a cesta básica, medida focalizada. Em vez de desonerar o produto, desonera a pessoa", disse, ao defender a medida. 

Compensação

O Executivo estuda devolver parte dos impostos arrecadados a quem estiver incluído nos programas sociais de governo como forma de retirar o alto peso dos impostos sobre a população de baixa renda, como uma medida compensatória.

Na proposta da reforma tributária, a ideia é simplificar a cobrança com a criação do Imposto sobre Valor Agregado, para unificar tributos federais (PIS/Cofins e IPI), estadual (ICMS) e municipal (ISS). A estimativa é que a alíquota seja de 25% para não gerar aumento ou perda de arrecadação.

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Resistência

No encontro desta terça, a FPA trouxe nove pontos do que considera serem problemas identificados nas propostas de reforma. Além da desoneração dos produtos da cesta básica, a frente reivindica que o imposto seletivo não recaia sobre os alimentos, alíquota diferenciada para o setor, crédito para pequenos produtores e não incidência de tributações sobre insumos agropecuários.

Temos vontade de apoiar uma reforma tributária, mas, obviamente, se ela for prejudicial ao produtor rural brasileiro, nós não apoiaremos. Somos uma frente com mais de 300 membros, com força política para fazer valer a vontade dentro do Congresso.

Deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA

O relator do grupo técnico, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que o momento é de ouvir as propostas para construir um texto com maioria para aprovação, mas admitiu que haverá resistência e divergências.

"Esse tema não terá consenso, na minha visão, mas vamos buscar a maioria para construir uma reforma que será boa para todos", destacou, completando que ouvirá outros setores a fim de chegar a um texto equilibrado.

Confira abaixo os alimentos que tiveram baixa no preço em fevereiro:

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