G20 se compromete a reformar o Conselho de Segurança da ONU
Em declaração, grupo se comprometeu a aumentar representação de países sub-representados e melhorar a partilha de responsabilidades
Brasília|Do R7, em Brasília
Em declaração conjunta dos líderes do G20, reunidos no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (18), o grupo se comprometeu a reformar o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para tornar ele “mais representativo, inclusivo, eficiente, eficaz, democrático e responsável". No primeiro discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cúpula, ele criticou a atuação do Conselho e o poder de veto de alguns países.
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No texto final, divulgado no começo da noite desta segunda, o G20 diz que defenderá uma melhor “partilha de responsabilidades entre todos os seus membros” no conselho. E também uma composição ampliada que permita representantes da África, Ásia-Pacífico e América Latina e Caribe. Uma das reivindicações de Lula tem sido um assento permanente para o Brasil no Conselho de Segurança.
Hoje, o Conselho de Segurança é formado por 15 membros: cinco permanentes (Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China) e 10 não-permanentes, que são eleitos para mandatos de dois anos pela Assembleia Geral. Os cinco países com cadeiras permanentes têm poder de veto. O papel do conselho é o de mediar processos de paz.
A declaração divulgada pelo G20 tem 85 tópicos e também fala sobre mudanças climáticas, a guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza e sobre as desigualdades mundiais. Leia a íntegra do documento a seguir.
O documento foi assinado por todos os países do grupo. Existia uma dúvida sobre se a Argentina iria concordar com o texto. Mas no começo da noite desta terça, o governo de Javier Milei declarou apoio à declaração, apesar de citar várias discordâncias.
O G20 é formado por 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), pela União Europeia e a União Africana. Juntos, os países representam dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
Este ano, o Brasil exerceu a presidência rotativa do grupo. Na terça (19), durante o encerramento da cúpula, o Brasil passará a presidência para a África do Sul.