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R7 Brasília

Gayer usou verba e secretários parlamentares em escola de inglês e loja do filho, diz PF

Valores mensalmente pagos por meio de cota parlamentar variam de R$ 6.000 a R$ 6.500

Brasília|Rafaela Soares e Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

Nas redes sociais, parlamentar negou as acusações eca Ribeiro / Câmara dos Deputados - 23/04/2024

As investigações da Polícia Federal mostraram que o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) teria alugado um espaço em Goiânia onde funcionaria a escola de inglês do parlamentar e uma loja ligada ao seu filho. Segundo a corporação, a prestação de contas afirmava que o local funcionaria como um gabinete parlamentar, mas conversas revelaram que até mesmo secretários parlamentares trabalham presencialmente no local. Em um vídeo nas redes sociais, o deputado federal afirmou que nunca fez nada de errado e que está sendo tratado como criminoso.

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Segundo a PF, os valores pagos mensalmente, através da cota parlamentar, variam entre R$ 6.000 e R$ 6.500. As transações teriam começado em fevereiro de 2023. “O próprio deputado federal ordenou, em conversa com João Paulo, que ele ‘leve as camisetas e adesivos para a escola’”. João Paulo seria um funcionário contratado como assessor parlamentar, mesmo sem preencher os requisitos exigidos.

Em decisão, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que os indícios colhidos na investigação “revelam que o deputado federal Gustavo Gayer teria empregado seus secretários parlamentares, remunerados com recursos públicos, para o desempenho de demandas privadas”. Moraes também afirmou que as verbas públicas eram utilizadas para manter “não apenas parcialmente, essas atividades privadas, uma vez que funcionariam em local custeado com verbas de cota parlamentar”.

A operação

A PF investiga uma associação criminosa suspeita de desviar cotas parlamentares e falsificar documentos para a criação de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. A operação Discalculia cumpriu 19 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo STF, nesta sexta-feira (25). Gayer teve o celular, um HD e um cartão de memória apreendidos.


Os mandados foram cumpridos na Cidade Ocidental (GO), Valparaíso de Goiás (GO), Aparecida de Goiânia e Goiânia (GO). A operação contou com o apoio de 60 policiais.

Segundo as investigações, foram identificadas falsificações em atas de assembleia da organização de sociedade civil, consistindo em datas retroativas. Segundo o documento, os funcionários da época teriam entre um e nove anos de serviço.


Os envolvidos são investigados por associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato-desvio.

Outro lado

Em publicação nas redes sociais, o deputado federal afirmou que nunca fez nada de errado e que está sendo tratado como criminoso. “Hoje, 25 de novembro, dois dias antes das eleições do segundo turno, do qual um candidato meu participa em Goiânia, eu acordei às seis horas da manhã com a Polícia Federal. Hoje sofri busca e apreensão a mando do Alexandre de Moraes (ministro do STF)”, disse.


O parlamentar detalhou que o inquérito é sigiloso e que ele não consegue acessar o motivo da busca e apreensão. “É surreal o que está acontecendo. Esse é o Brasil em que vivemos. Não consigo saber por que recebi essa busca e apreensão. O inquérito é físico, em papel, não é digital, que dá para acessar”, explicou.

Gayer afirmou que o advogado precisaria ir a Brasília para acessar o documento e descobrir o motivo da operação da PF. “Qual é o crime tão grave que cometi para receber busca e apreensão às seis horas da manhã? Eu disse à PF que estava aqui: não estou acreditando que essa corporação, que tanto admiramos, agora virou jagunços de um ditador”, declarou.

O deputado acrescentou ainda que ser alvo de uma operação a mando do ministro do STF Alexandre de Moraes é como um atestado “de honestidade e idoneidade”. “Não me envergonho de receber a PF hoje na minha casa. Quero saber qual é a acrobacia jurídica que eles inventaram para mandar a PF à minha casa antes da eleição de domingo”, finalizou.

Nota

Uma operação da Polícia Federal a dois dias da eleição municipal, determinada por Alexandre de Moraes, nos causa bastante estranheza.

O que nós sabemos até o presente momento é que se trata de um processo físico e sigiloso, onde nem mesmo os advogados têm acesso de imediato ao seu conteúdo.

Já estamos providenciando a habilitação nos autos, que poderá ser admitida somente por Alexandre de Moraes, sem prazo certo e determinado.

Entendemos que ações deste tipo não podem ser deflagradas no ápice do processo eleitoral, posto que atos judiciários interferem diretamente na política local, o que coloca em xeque a seriedade das decisões.

Jurídico Gustavo Gayer

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