Gilmar Mendes, do STF, diz que morte de congolês é 'crime brutal'
De acordo com ministro, assassinato de Moïse Kabagambe alerta para os riscos da intolerância, do racismo e da xenofobia no Brasil
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), avaliou a morte de Moïse Kabagambe, congolês de 24 anos espancado até a morte no Rio de Janeiro, como um "crime brutal" e que alerta para "riscos da intolerância, do racismo e da xenofobia" no Brasil.
"As imagens do crime brutal cometido contra o congolês Moïse Kabagambe alertam para os riscos da intolerância, do racismo e da xenofobia no Brasil. As lamentáveis cenas de ódio e barbárie precisam gerar uma reflexão mais ampla sobre as políticas de integração dos imigrantes", afirmou Mendes pelas redes sociais.
Câmeras de segurança do quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, registraram o momento em que o congolês é espancado até a morte por ao menos quatro homens. A polícia investiga o assassinato, ocorrido no dia 24 de janeiro. Kabagambe teria cobrado as diárias no local onde trabalhava como ajudante de cozinha.
Os três homens presos pela morte do jovem foram transferidos nesta quarta-feira (2) para a cadeia José Frederico Marques, em Benfica, zona norte do Rio. Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o “Dezenove”, Brendon Alexander Luz da Silva, “Totta”, e Fábio Pirineus da Silva, o “Belo”, vão responder por homicídio duplamente qualificado, pela crueldade da ação e impossibilidade de defesa da vítima.
O MPT-RJ (Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro) abriu inquérito para apurar a morte de Kabagambe. O órgão vai verificar a relação trabalhista entre as partes e a investigação corre em paralelo com as inquirições criminais pelos demais órgãos competentes.