Logo R7.com
RecordPlus
R7 Brasília

‘Golpe já estava em curso’, diz Gonet sobre reuniões de Bolsonaro com Defesa e Forças

Para o PGR, o ex-presidente teria convocado os ministros e militares para apresentar um plano e revolta popular seria uma forma de legitimar o golpe

Brasília|Rafaela Soares e Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Paulo Gonet, procurador-geral, afirma que o golpe no Brasil já estava em andamento durante reuniões ministeriais do governo Bolsonaro.
  • As reuniões eram convocadas para apresentar um plano de golpe, incluindo documentos de formalização, não apenas para discussão.
  • Gonet destaca a responsabilidade de todos os envolvidos na trama golpista, independentemente do grau de culpa.
  • A denúncia visa a condenação de Bolsonaro e seus aliados por um plano sistemático para atacar as instituições democráticas e prejudicar as eleições de 2022.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Gonet durante fala em julgamento da trama golpista Antonio Augusto/STF-02.09.25

Durante a sustentação oral da PGR (Procuradoria-Geral da República) no julgamento dos réus do “núcleo crucial” no processo que apura a trama golpista, o procurador-geral, Paulo Gonet, afirmou que o “golpe já estava em curso” durante reuniões ministeriais feitas durante o governo Bolsonaro.

“Quando o presidente e o ministro da defesa reúnem os comandantes das forças armadas, que estão sob sua direção, a executar fases finais do golpe, o golpe ele mesmo já está em curso de realização”, disse.


Para Gonet, o ex-presidente não teria convocado os ministros e militares para discutir o golpe, mas, sim, para apresentar um plano, incluindo documentos de formalização do golpe de estado.

Leia mais

Ainda em seu discurso, o procurador-geral disse entender que todos os envolvidos na trama são responsáveis pelos eventos. Para ele, é possível medir a culpa dos réus, mas, não, a responsabilidade.


“Por isso, todos os personagens do processo, nos quais a tentativa de golpe se desdobrou, são responsáveis pelos eventos que se concatenam entre si. O grau de atuação de cada um no conjunto dos episódios da trama é questão de mensuração da culpa e da pena, mas não afasta a responsabilidade de cada um pelos acontecimentos”, disse.

Revolta popular

Em relação à narrativa da trama golpista, Gonet disse que o plano contava que a revolta popular seria uma forma de legitimar o golpe. Segundo ele, o objetivo era criar um “clima de convulsão social”.


“Houve, nesse sentido, a apresentação do plano de golpe pelo comandante das Forças Armadas, pelo próprio Presidente da República e pelo ministro da Defesa. Da mesma forma, o propósito de criar um clima de convulsão social foi posto em prática pelos insurretos, com o intuito de atrair, especialmente, o Exército para atitudes antidemocráticas”, comentou.

A depredação das sedes dos três Poderes por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro já estaria no painel das ações do grupo. Para o procurador-geral, o apoio e incentivo dos réus aos acampamentos em frente aos quartéis aponta uma “ruptura com a democracia por meio da violência”.


De acordo com Gonet, Bolsonaro e aliados registraram o plano por meio de planilhas, documentos e conversas. Portanto, dessa forma, a tentativa da trama não poderia ser negada.

“Fatos praticados publicamente, planos elaborados, diálogos documentados e bens públicos determinados. Se as defesas tentaram minimizar a contribuição individual na cruzada e buscar interpretações distintas dos fatos, estranhas à realidade cultural, não puderam negar que está materialmente comprovada a sequência de atos destinados a propiciar a ruptura da normalidade do processo sucessório”, disse.

PGR e Bolsonaro

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou em fevereiro denúncia contra o chamado núcleo 1 — que seria o grupo crucial da trama golpista.

A ação marcou o início do andamento do processo na Primeira Turma do STF, que acolheu a denúncia e deu continuidade ao processo.

Nelas, Gonet pediu a condenação de Bolsonaro e dos aliados dele.

Segundo o chefe da PGR (Procuradoria-Geral da República), “o grupo, liderado por e composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, desenvolveu e implementou plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022 e minar o livre exercício dos demais poderes constitucionais, especialmente do Poder Judiciário”.

Perguntas e Respostas

O que afirmou o procurador-geral Paulo Gonet sobre as reuniões ministeriais durante o governo Bolsonaro?

Paulo Gonet, durante a sustentação oral da PGR no julgamento dos réus do núcleo crucial da trama golpista, afirmou que o “golpe já estava em curso” durante as reuniões ministeriais feitas no governo Bolsonaro. Ele destacou que, ao reunir os comandantes das forças armadas, o presidente estava executando as fases finais do golpe.

Qual era a intenção de Bolsonaro ao convocar ministros e militares, segundo Gonet?

Gonet afirmou que o ex-presidente não convocou os ministros e militares apenas para discutir o golpe, mas sim para apresentar um plano que incluía documentos de formalização do golpe de estado.

Como Gonet vê a responsabilidade dos envolvidos na trama golpista?

O procurador-geral acredita que todos os envolvidos na trama são responsáveis pelos eventos que ocorreram. Ele mencionou que é possível medir a culpa dos réus, mas a responsabilidade é compartilhada entre todos os personagens do processo.

O que foi apresentado por Gonet em fevereiro em relação ao núcleo da trama golpista?

Em fevereiro, Gonet apresentou uma denúncia contra o chamado núcleo 1, que seria o grupo crucial da trama golpista. Essa ação deu início ao andamento do processo na Primeira Turma do STF, que acolheu a denúncia e deu continuidade ao processo.

Qual foi o pedido de Gonet em relação a Bolsonaro e seus aliados?

Gonet pediu a condenação de Bolsonaro e de seus aliados, afirmando que o grupo, composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, desenvolveu um plano sistemático para atacar as instituições democráticas e prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.