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Governo abre consulta sobre uso de telas por crianças; população pode opinar durante 45 dias

Não há nenhuma orientação governamental específica sobre a temática no país; grupo quer concluir o documento em 2024

Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília

Governo abre consulta sobre uso de telas por crianças
Governo abre consulta sobre uso de telas por crianças Governo abre consulta sobre uso de telas por crianças

O governo federal lançou nesta terça-feira (10) uma consulta pública para a preparação de um guia com orientações para o uso de telas e dispositivos digitais por crianças e adolescentes. A sociedade vai poder contribuir com sugestões durante 45 dias na plataforma Participa + Brasil.

A elaboração do guia vai se dar a partir das informações coletadas na consulta, com o auxílio de um grupo de trabalho formado por especialistas no assunto. A estimativa do governo é finalizar o documento ao longo de 2024. A consulta foi aberta porque não há, até o momento, nenhuma orientação governamental específica sobre a temática no país.

"Espera-se produzir um documento de linguagem simples, fundado em evidências científicas e nas melhores práticas e conhecimentos interdisciplinares envolvendo educação, comunicação, saúde, tecnologia e direitos humanos, que dialogue com diferentes públicos e considere as diversidades do país, de modo a oferecer a mães, pais, familiares, professores e profissionais da saúde orientações claras e adequadas para a promoção do uso de telas e dispositivos digitais por crianças e adolescentes", diz o Palácio do Planalto.

Os diversos riscos relacionados ao uso de telas e dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes, as eventuais soluções para reduzir esses riscos, a possibilidade do estabelecimento de recortes específicos quanto a faixas etárias, ambiente escolar, orientações em relação à publicidade direcionada ao público são alguns exemplos das perguntas da consulta pública.

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De acordo com o governo, os principais elementos de contexto que, a princípio, devem fundamentar a elaboração das orientações são:

• as evidências de que as mudanças relacionadas ao uso da tecnologia na infância e na adolescência ocorridas nos últimos anos estão ligadas a uma piora da saúde mental e de outros aspectos de desenvolvimento infantil têm se acumulado, o que indica se tratar de uma questão de saúde pública;

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• pais, mães, familiares, responsáveis, cuidadores, educadores, trabalhadores da saúde e do Sistema Único de Assistência Social devem dispor de orientações robustas, baseadas em evidências, que os ajudem a lidar com a nova realidade do uso intensivo de telas e dispositivos eletrônicos, de forma a minimizar seus riscos e ampliar seus benefícios;

• a sociedade deve ser conscientizada dos riscos associados ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, tais como impactos no desenvolvimento infantil, segurança online, abuso e cyberbullying, violações de privacidade, perfilamento, exposição à publicidade digital e comportamento de vício em crianças e adolescentes;

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• ao mesmo tempo que pais, mães e responsáveis devem ser informados adequadamente sobre os riscos envolvidos, a responsabilidade pelo controle do uso de produtos eletrônicos desenhados intencionalmente para maximizar o engajamento e promover seu uso intensivo não deve recair exclusivamente sobre eles;

• mesmo nas plataformas digitais em que os termos de uso proíbem a criação de perfis infantis, há evidência do uso generalizado por crianças;

• a proteção integral à criança e ao adolescente é dever da família, da sociedade e do Estado.

Celulares no Brasil

O celular para uso pessoal está presente na vida de 155,2 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais. O número representava 84,4% da população a partir dessa idade em 2021, percentual maior que o estimado em 2019 (81,4%). O dado foi revelado pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), coletada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo os números, há ainda uma "grande discrepância" no volume de telefones de acordo com a situação do domicílio. Enquanto 87,1% das pessoas que viviam em área urbana tinham celular para uso pessoal, esse percentual era de 67,6% entre moradores na zona rural. Em termos regionais, os menores percentuais de habitantes com telefone móvel para uso pessoal foram verificados nas regiões Norte (75,4%) e Nordeste (77,5%).

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