O governo de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou acordo para produção da primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue. O investimento na parceria é de R$ 1,26 bilhão. O anúncio será feito nesta terça-feira (25), em evento no Palácio do Planalto, em Brasília. “A partir de 2026, serão ofertadas 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação do quantitativo conforme a demanda e a capacidade produtiva”, diz o governo. A iniciativa visa fortalecer a indústria brasileira, com autonomia e novas soluções para o SUS (Sistema Único de Saúde). O objetivo é atender a população elegível pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) de 2 a 59 anos.De acordo com o Planalto, a produção vai se dar pelo programa de desenvolvimento e inovação local, do Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics. Atualmente, a proposta foi aprovada e está em fase final de desenvolvimento tecnológico.“A atual gestão do governo federal foi a primeira a ofertar em todo o mundo uma vacina contra a dengue como ação de política pública”, destaca o Planalto. Além disso, está previsto o uso de R$ 68 milhões em estudos clínicos, a fim de ampliar a faixa etária e avaliar a coadministração da vacina contra chikungunya.Na cerimônia, a gestão apresentou outras três parcerias público-privadas: a primeira planta produtiva de IFA de insulina da América Latina, o desenvolvimento de uma vacina nacional contra gripe aviária e a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).Entre janeiro e dezembro de 2024, o Brasil registrou 6.041 mortes causadas por dengue, com 875 óbitos ainda em investigação. Foram 6.644 milhões de casos prováveis da doença, mais de quatro vezes o número registrado em 2023. Segundo dados do painel de monitoramento do Ministério da Saúde, foram mais de 16 mortes por dia.De acordo com boletins do Ministério da Saúde, no ano passado, o Brasil registrou 163 mortes em janeiro, 227 em fevereiro, 601 em março, 1.082 em abril e teve o ápice em maio, com 1.344 óbitos. A partir daí, os registros entraram em queda até setembro, mês com 191 mortes, e voltaram a subir em outubro.Em 2025, 287 mil casos prováveis da doença foram contabilizados em todo o país, com uma taxa de incidência nacional de 135,2 casos por 100 mil habitantes. O Ministério da Saúde acompanha o cenário de dengue no país dividindo por semanas epidemiológicas.