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R7 Brasília

Governo eleva em R$ 12,5 bilhões projeção de arrecadação do Imposto de Renda

Executivo divulgou relatório de despesas e receitas do 3º bimestre, com justificativas que levaram a congelamento de R$ 15 bi

Brasília|Ana Isabel Mansur e Hellen Leite, do R7, em Brasília


Governo divulgou relatório nesta segunda Marcello Casal Jr/Agência Brasil - Arquivo

O governo federal elevou em R$ 12,5 bilhões a projeção de arrecadação do Imposto de Renda, de R$ 785,6 bilhões no 2º bimestre para R$ 798,1 bilhões no 3º bimestre. A alteração está no relatório de despesas e receitas do 3º bimestre, divulgado pela equipe econômica nesta segunda-feira (22). Uma das justificativas para o aumento é o melhor desempenho na tributação de fundos exclusivos e de rendimentos de aplicações financeiras no exterior. Vale lembrar que a lei que taxa offshores e fundos exclusivos foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado.

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O documento apresentado pela área econômica traz os motivos que levaram ao congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024, para respeitar os limites das novas regras fiscais. Os cortes foram anunciados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última quinta-feira (18). As áreas afetadas pela decisão serão divulgadas até 30 de julho.

O congelamento será dividido em duas partes — bloqueio de R$ 11,2 bilhões em despesas acima do valor permitido pelo arcabouço fiscal e contingenciamento de R$ 3,8 bilhões, isto é, como o governo não arrecadou o que esperava, parte dos gastos é congelada para cumprir, até o fim do ano, a meta fiscal de déficit zero — ou seja, não gastar mais do que o arrecadado.

Arrecadação

Além do Imposto de Renda, o governo federal elevou a projeção de arrecadação de três impostos — IPI (imposto sobre produtos industrializados), CSLL (contribuição social sobre o lucro líquido) e II (imposto de importação).


A expectativa de IPI subiu R$ 3,9 bilhões, “em razão de realização da arrecadação em valores superiores aos previstos, da revisão da taxa de câmbio e do volume em dólar das importações”, justificou a área econômica.

O cálculo sobre o CSLL cresceu R$ 2 bilhões, devido à “realização em valores superiores aos previstos e pela revisão da trajetória das compensações tributárias para o período de julho a dezembro de 2024″, conforme explicou o relatório.


A projeção do imposto de importação foi aumentada em R$ 1,5 bilhão, por conta da “alteração de parâmetros, especialmente, do volume em dólar das importações”, como colocou o documento do governo.

Déficit das contas públicas

As contas do governo federal devem ficar negativas em R$ 28,8 bilhões em 2024, segundo a nova projeção. Esse valor é o limite da meta fiscal estabelecida no teto de gastos, aprovado no ano passado pelo Congresso, que limita o déficit do resultado primário a R$ 28,8 bilhões. O cenário deficitário ocorre mesmo após o governo congelar R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024.


O déficit previsto para julho é maior do que o estimado no relatório anterior de maio, quando o governo previa um déficit de R$ 14,5 bilhões nas contas públicas para 2024.

Segundo o relatório, as despesas foram aumentadas em R$ 20,7 bilhões e as receitas foram reduzidas em R$ 6,4 bilhões. Sem o contingenciamento, o déficit estimado seria de R$ 32,6 bilhões, o que violaria a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).



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