Brasília Governo federal propõe dividir reajuste das forças de segurança do DF em três parcelas

Governo federal propõe dividir reajuste das forças de segurança do DF em três parcelas

Reajuste de 18% para a polícias Militar e Civil, além do Corpo de Bombeiros, seria pago em uma parcela de 9% e duas de 4,5%

  • Brasília | Bruna Lima, Luiz Calcagno e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

6ª Delegacia de Polícia Civil, no Paranoá (DF)

6ª Delegacia de Polícia Civil, no Paranoá (DF)

Divulgação/Agência Brasília

O governo federal propôs que o reajuste de 18% das forças de segurança do Distrito Federal seja dividido em três parcelas. A proposta foi feita em reunião com a bancada do DF no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (1º). As polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros do DF receberiam uma primeira parcela de 9% este ano e outras duas de 4,5% cada em 2024 e 2025. O acordo, porém, era que o governo enviaria um projeto de lei do Congresso Nacional (PLN) até 31 de maio, com o pagamento em uma única parcela.

A bancada do DF criticou o Executivo federal. “Foi péssima [a reunião], porque vieram com uma proposta de parcelar em três vezes, o que é inadmissível. E acordo, não se flexibiliza, se cumpre”, afirmou o senador Izalci Lucas (PSDB). Há uma previsão de uma nova reunião na próxima segunda-feira (5) para que governo e parlamentares cheguem a um consenso.

Compartilhe esta notícia no WhatsApp
Compartilhe esta notícia no Telegram

O projeto é um compromisso do governo Lula com os parlamentares do DF depois que o reajuste das corporações da capital ficaram de fora do projeto que concedia aumento de 9% para o funcionalismo, matéria votada em abril. As forças ficaram de fora justamente porque o reajuste prometido por Ibaneis equivalia ao dobro do previsto.

Deputados e senadores pelo DF além do governador Ibaneis Rocha argumentam que o reajuste previsto para as forças de segurança cabe no valor do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) previsto para 2024, e que não seria necessário gastos adicionais para conceder o benefício.

O FCDF é uma verba que o governo federal repassa ao DF para a manutenção da segurança pública, saúde e educação. O reajuste valerá para a Polícia Militar (PMDF), Polícia Civil (PCDF) e Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF).

Acordo e contrapartida

O senador Izalci lembrou que, na votação em abril, os parlamentares do DF concordaram em retirar um destaque que modificaria o PLN anterior, de 9% para os servidores, durante a votação no Congresso. O trecho que seria votado à parte incluiria o reajuste de 18% para as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros.

“Retiramos o destaque [dos 18% à segurança pública do DF] numa votação com essa condição, senadora Leila Barros [PDT-DF], vossa excelência que participou também da reunião. Estamos hoje em uma situação em que, quanto à nossa segurança, no caso da Polícia Civil, estamos em vigésimo lugar [no Brasil] em termos de remuneração” disse Izalci.

Articulação com o DF

Em 10 de maio, o governo do Distrito Federal enviou à União as últimas informações sobre o reajuste de 18% no salário das forças de segurança. No ofício enviado ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ibaneis pediu que o primeiro pagamento às corporações ocorresse no mesmo mês, por meio de medida provisória (MP).

Entre as informações prestadas pelo GDF à União está o impacto do reajuste em cada corporação. O custo do aumento salarial em 2023 será de R$ 999.6 milhões “a contar de 1º de maio de 2023”, valor menor que o R$ 1.1 bilhão estimado inicialmente. Este ano, o impacto orçamentário será de cerca de R$ 684 milhões para a Polícia Militar, o mesmo valor para o Corpo de Bombeiros, e de cerca de R$ 282 milhões para a Polícia Civil.

Além da bancada do DF no Congresso, participaram da reunião, o presidente da Câmara Legislativa do DF, Wellington Luiz (MDB) e deputados distritais da segurança pública.

Últimas