Governo prometeu apresentar agenda de propostas sobre corte de despesas, diz Motta
Presidente da Câmara se reuniu com ministros nesta segunda, que não sinalizaram se governo vai desistir de decreto que aumentou IOF

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta segunda-feira (16) após reunião com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que o governo tem o compromisso de apresentar uma agenda de propostas sobre corte de despesas.
“O que há do governo é um compromisso de apresentar uma agenda de proposta sobre o corte de despesas. Nós estamos aguardando. Eu falei também por telefone na última sexta-feira com o ministro [da Fazenda, Fernando Haddad], que solicitou novas reuniões para tratar dessa agenda. É importante dizer que não tem como se ter agenda de corte de gastos no Brasil, uma agenda de corte de despesas, que o Executivo não participe”, disse o presidente da Câmara.
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Motta fez a declaração pouco antes da sessão no plenário da Câmara que pode votar um pedido de urgência a um projeto de lei para derrubar um decreto do governo que aumentou alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Segundo Motta, não houve sinalização dos ministros sobre o governo desistir do decreto. De todo modo, ele ressaltou que o Congresso está insatisfeito com a ideia de aumentar a arrecadação exclusivamente por meio de aumento de impostos, e que o governo está ciente desse sentimento do parlamento.
“Na casa e nos partidos, há um esgotamento de medidas que aumentem a arrecadação única e exclusivamente com aumento de impostos. O governo é sabedor dessa insatisfação”, afirmou.
De acordo com Motta, a votação ao pedido de urgência será “simbólica” para representar como a Câmara se sente sobre o decreto.
“Essa votação de hoje, na minha avaliação, será muito simbólica sobre o sentimento da Casa. A Câmara dos Deputados seguirá nessa agenda, defendendo o que é bom para o Brasil. Os líderes estão conscientes, há uma convergência de agendas, e eu tenho plena confiança de que o Poder Legislativo, a Câmara e o Senado, ao lado do Poder Executivo, conseguirão implementar essa agenda que é importante para o Brasil. Tenho plena confiança nisso.”
Pessoas mais carentes
Segundo Motta, o Congresso não deseja realizar ajustes fiscais que penalizem os mais carentes. Segundo ele, a intenção é que o Brasil continue com um trabalho de transformação social, mas sem prejudicar quem produz, gera emprego e renda.
Motta ainda disse que o Congresso tem sido “correto” e “responsável” com a economia, aprovando “absolutamente tudo” que o governo enviou nos últimos quase 2 anos e meio.
Ele destacou que a relação entre o Legislativo e o Executivo deve ser de lealdade, mas essa lealdade não significa concordar com tudo.
“A lealdade, não está implícita que você tem que concordar com tudo que o governo envia para a Casa, mas sim se contrapor com aquilo que a Casa não entende como uma medida que é boa para o país. E essa nossa lealdade, essa nossa relação, ela continuará a ser assim, continuará a ser uma relação franca, uma relação verdadeira. Nós queremos que o Brasil dê certo.”
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