Governo repudia agressão sofrida pela primeira-ministra da Dinamarca
Itamaraty recebeu, ‘com consternação’, informação de ato contra Mette Frederiksen, ocorrido na última sexta-feira (7)
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O governo brasileiro divulgou, neste sábado (8), uma nota em que diz ter tomado conhecimento, com consternação, da agressão sofrida pela primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, ocorrida na última sexta-feira (7), em Copenhague.
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“Ao reiterar seu firme repúdio a qualquer ato de violência, o governo brasileiro expressa sua solidariedade ao governo e o povo dinamarqueses e faz votos de pronta recuperação à primeira-ministra Frederiksen”, afirma a nota elaborada pelo Ministério das Relações Exteriores.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou as redes sociais para expressar solidariedade. “Não podemos permitir que comportamentos criminosos como este, que colocam em risco a vida das pessoas por mera discordância política, sejam a regra no mundo. Do Brasil, estendo minha solidariedade à Mette Frederiksen e todo povo dinamarquês”, escreveu.
Em nota, o gabinete da primeira-ministra da Dinamarca afirmou que ela foi agredida com um soco por um homem desconhecido. Ele foi preso logo em seguida.
Eleições no Parlamento Europeu
O ataque sofrido pela primeira-ministra da Dinamarca ocorre dias antes das eleições para o Parlamento Europeu. Em ritmo de expansão desde as últimas eleições europeias, há cinco anos, partidos de direita e extrema-direita buscam aumentar seu espaço a partir do pleito que escolherá os novos representantes na bancada do bloco, que acontece entre os dias 6 e 9 de junho.
Pesquisas como a do centro de estudos Bruegel apontam que o movimento dos partidos de direita é para buscar coalizões governamentais que aumentem a participação desses grupos entre os 720 representantes que serão eleitos. Diretora do Bruegel, Maria Demertzis indica que haverá, sim, uma tendência de crescimento da extrema-direita e é preciso analisar os números consolidados após a apuração da votação.
“Os números importarão após a votação porque pode ser que um dos possíveis resultados seja que a extrema-direita, na verdade, se torne o segundo maior partido. Se for esse o caso, então é interessante ver como e quem governará”, afirmou.
A presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, questionou a atuação de partidos alinhados à direita após a formação do Parlamento Europeu e disse que vê a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, como um nome pronto para comandar esse movimento. Von der Leyen ainda vive a expectativa de encontrar uma coalizão que lhe dê 361 dos 720 votos para se manter por mais cinco anos na posição de chefe da Comissão Europeia.
A votação deste ano volta a ganhar relevância entre a população, atenta às possíveis mudanças com o novo Parlamento, e a expectativa da própria União Europeia é que o índice de votação chegue a 71%, que seria um avanço massivo comparado aos 50% de participação eleitoral no pleito de 2019.