Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

Governo vai propor transferência obrigatória à reserva de militares que queiram participar de eleições

PEC em elaboração pelo Executivo também se estende a militares das Forças Armadas indicados para cargos de ministros de Estado

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

PEC será apresentada ao presidente Lula
PEC será apresentada ao presidente Lula

O governo federal está perto de finalizar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para restringir a participação de integrantes das Forças Armadas na política. O projeto prevê, entre outros pontos, que os militares sejam obrigados a se transferir para a reserva no ato de registro de candidatura caso queiram participar de eleições.

O R7 teve acesso a uma minuta da PEC. No texto, o governo diz que a Constituição já limita a participação de militares, em serviço ativo, no processo político-eleitoral. Contudo, a atual regra só obriga a transferência para a reserva no momento em que o militar é diplomado para o cargo ao qual foi eleito.

Compartilhe esta notícia no WhatsApp

Compartilhe esta notícia no Telegram


O governo diz que, “para garantir a neutralidade política das Forças Armadas, faz-se mister adotar cautelas adicionais”. Por isso, o Executivo entende que é preciso antecipar o momento de transferência dos militares para a reserva a fim de que eles possam disputar cargos eletivos.

“Com esse objetivo, propõe-se que o militar em serviço ativo, estável, que queira se candidatar a cargo eletivo e que ainda não reúna os requisitos para a transferência, a pedido, para a reserva remunerada, tenha que se afastar da atividade. Já aquele que preencha tais condições passará automaticamente para a inatividade, no ato do registro da candidatura”, diz a minuta da PEC.


A proposta também vai determinar que militares que tenham sido indicados para assumir ministérios do governo sejam transferidos automaticamente para a reserva no momento da posse.

“Ainda visando a limitar a participação dos militares da ativa no processo político, também está sendo proposta a inclusão do parágrafo 1º do art. 87 da Constituição, prevendo a vedação para que eles ocupem cargos de Ministro de Estado, enquanto estiverem na ativa”, explica o governo na minuta da PEC.


Uma análise técnica feita pela Diretoria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública ressalta que o problema “a ser solucionado pela proposta de emenda à Constituição em análise é a insuficiência das garantias constitucionais à neutralidade política das Forças Armadas no Brasil“.

Segundo a análise, a questão enfocada pela PEC “se relaciona com a preocupante participação de militares da ativa na política partidária, situação que se intensificou nos últimos anos e gerou inegáveis conflitos e dilemas“. “Cuida-se de iniciativa louvável, portanto, para separar de maneira mais clara a atuação da caserna e a política partidária“, diz a diretoria.

A PEC foi elaborada pelo Ministério da Defesa e o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Antes de ser enviado ao Congresso Nacional, o texto será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.