Greve nas agências reguladoras pode custar R$ 2,4 bilhões à economia do país, aponta estudo
Paralisação afeta serviços como energia, saúde, operações em aeroportos, saneamento e abastecimento de água
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
A greve dos servidores de 11 agências reguladoras pode gerar um impacto de R$ 2,4 bilhões na economia brasileira, equivalente a 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo estimativas da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). A paralisação, prevista para durar 48 horas, afeta serviços como energia, planos de saúde, operações em aeroportos, saneamento e abastecimento de água.
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A CNC também alerta que “a paralisação geraria uma turbulência na economia pela interrupção de deliberações e atividades fundamentais para o funcionamento da economia, levando até seis meses para o pleno retorno da atividade econômica, isso considerando apenas 30 dias de paralisação”.
Caso a greve se estenda, esses efeitos se tornam ainda maiores, por conta da sobreposição de custos de transação.
Para fazer o cálculo, a confederação considerou os impactos das greves nas agências dos setores economicamente mais relevantes ocorridas em períodos específicos dos anos de 2004, 2008, 2012 e 2013, controlados os efeitos de outras variáveis econômicas como volume de crédito, taxas de juros, de câmbio e de inflação em relação ao nível de atividade econômica capturado pelo IBC-Br do Banco Central.
Segundo o Sinagências (Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação), que representa os funcionários da categoria, a greve busca pressionar por uma proposta que “contemple as pautas apresentadas e que possibilite a correção de distorções perante outras categorias do funcionalismo”.
A proposta do governo oferecia um aumento de até 21,4% para os cargos da carreira e até 13,4% para o PEC (Plano Especial de Cargos), divididos em duas parcelas: janeiro de 2025 e abril de 2026.
As 11 agências envolvidas na paralisação são responsáveis pela regulação de aproximadamente 60% do PIB brasileiro.
Participam do movimento os servidores da Ana (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico); Anac (Agência Nacional de Aviação Civil); Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica); ANM (Agência Nacional de Mineração); ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar); Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações); Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários); ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres); Ancine (Agência Nacional do Cinema); ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil); e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).