Grupo hacker que invadiu sistemas da Saúde pede sugestões de alvos
Em canal criado em um aplicativo de mensagens, hackers perguntam se devem invadir sistemas de outros órgãos
Brasília|Alexandre de Paula, do R7, em Brasília
O grupo que assumiu a autoria do ataque aos sistemas do Ministério da Saúde na sexta-feira (10) pediu sugestões de mais alvos. A pergunta foi feita em um canal criado no aplicativo de mensagens Telegram. O endereço foi divulgado na imagem deixada pelos hackers no site do órgão para anunciar a invasão.
No pedido de sugestão, o grupo questiona se deve invadir outros órgãos governamentais ou centrar forças em companhias privadas. "Algumas sondagens. O que devemos hackear a seguir? Sugira-nos. Algum departamento governamental? Empresa corrompida? Diga-nos!", diz o texto. Até as 16h30 deste sábado, quase mil pessoas tinham respondido à pergunta.
O ataque atingiu, além do site do Ministério da Saúde, o aplicativo Conecte SUS, que reúne dados da imunização contra a Covid-19 e emite o certificado de vacinação. Pelo segundo dia consecutivo, o sistema continuava fora do ar neste sábado. O Ministério da Saúde afirmou que trabalha para o retorno à normalidade na próxima semana.
"O Ministério da Saúde informa que está atuando com a máxima agilidade para restabelecer os sistemas que foram temporariamente comprometidos com o ataque causado na madrugada desta sexta-feira (10)", diz a pasta. "Vários sistemas já foram restabelecidos, e a expectativa é que os outros sistemas estejam disponíveis para a população na próxima semana", finaliza a nota.
Entenda o caso
Na madrugada desta sexta-feira (10), o site oficial do Ministério da Saúde foi alvo de um ataque de hackers, e tanto a página como o aplicativo do Conecte SUS, que contêm informações sobre a vacinação da população contra a Covid-19, ficaram indisponíveis.
Na mensagem deixada pelos hackers, havia um pedido de resgate pelas informações armazenadas — um tipo de ataque chamado ransomware, em que o invasor insere em um sistema um código malicioso que torna os dados desse sistema inacessíveis, geralmente por meio de criptografia. A principal característica desse tipo de ataque é que os crackers — nome utilizado para designar pessoas que têm conhecimentos de informática e os utilizam para fins de ataques — solicitam resgate para que os donos dos dados tenham as informações de volta.
Após o ataque, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que adiaria a exigência do comprovante de vacinação contra a Covid-19 a passageiros que entrarem no Brasil de avião devido à dificuldade de acesso ao comprovante.
O comprovante de vacinação passaria a ser exigido neste sábado (11) tanto de brasileiros como de estrangeiros que entrassem no Brasil. A exigência foi determinada com base em uma portaria publicada no DOU (Diário Oficial da União) da quinta-feira (9), como parte de medidas excepcionais e temporárias para conter a disseminação da Covid-19 no país. Após os ataques, a exigência foi adiada para o próximo sábado (18). Quem não foi vacinado deverá fazer uma quarentena de cinco dias.