Haddad diz que Brasil pode precisar do petróleo da Margem Equatorial
Exploração na região é motivo de impasse após Ibama negar licença à Petrobras para perfurar bloco na foz do Amazonas
Brasília|Do R7, em Brasília, com informações da Agência Estado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil pode precisar do petróleo da Margem Equatorial, mas seguindo as cautelas que o meio ambiente deve impor. Segundo o ministro, o óleo extraído na região, muito provavelmente, será necessário. A declaração foi dada durante entrevista a um canal de notícias na TV que foi ao ar na noite deste domingo (17).
O ministro da Fazenda já está em Nova York, nos Estados Unidos, na comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e participa da semana do clima na cidade, um dos maiores eventos mundiais com foco no tema.
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Localizada próxima à Linha do Equador, no litoral entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte, a chamada Margem Equatorial é uma fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas. A exploração na região travou uma disputa entre as equipes de energia e meio ambiente do governo após o Ibama negar licença à Petrobras para perfurar um bloco na bacia da foz do Amazonas.
Haddad afirmou que é preciso diminuir o consumo de petróleo, mas não por falta do insumo. "Nós temos que ter petróleo até o momento que a gente não precise mais dele. Então, temos que correr com a outra a agenda, sem perder de vista que podemos precisar do petróleo da Margem Equatorial, com as cautelas que o meio ambiente deve impor à Petrobras."
Segundo o ministro, a petroleira está muito disposta a considerar essas ressalvas ambientais.
Durante a entrevista, o ministro fez um aceno ao presidente da estatal, Jean Paul Prates, ao citar investimentos em energias renováveis, como a eólica. "Ele é um presidente da Petrobras diferente, porque tem vários projetos de lei como senador para patrocinar exploração de eólica offshore, onshore. Ele tem uma visão, ele sabe que o mundo vai mudar e que é irreversível. E sabe também que, com cautelas devidas, pois o meio ambiente tem todo direito e dever até de impor as cautelas devidas."
Plano de transição ecológica
O ministro da Fazenda afirma que tem defendido o plano de transição ecológica, pois vê uma oportunidade de alavanca para o desenvolvimento real para o país. Haddad citou investimentos da Petrobras em energia limpa e diz estar ciente de que o petróleo "está com dias contados".
"Pode durar 20, 30 anos, mas não é mais problema de quanto as reservas vão durar, é o problema de quanto a gente vai poder utilizar de petróleo, porque, na verdade, temos que sair dessa matriz", afirmou o ministro.