Haddad diz que tarifaço de Trump é injustificável e critica retaliação ideológica
Para ministro da Economia, tarifa desrespeita a tradição diplomática de 200 anos entre Brasil e EUA
Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

Em meio à crise do tarifaço do presidente Donald Trump, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (10) que a taxação ao Brasil não é justificável e desrespeita a tradição diplomática entre o país e os EUA. O ministro argumentou que não deveria haver uma mistura de ideologia com economia.
“É uma tarifa que não se justifica sob nenhum ponto de vista, menos ainda do ponto de vista econômico. [...] Esse tipo de retaliação com finalidade política ideológica é contraproducente, desrespeita os 200 anos de tradição diplomática entre os dois países”, opinou.
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Nessa quarta-feira (9), o líder norte-americano anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, com início previsto para 1º de agosto.
Adversários ideológicos, os dois chefes de Estado reacenderam a tensão após recentes episódios envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do Brics, realizada no Brasil.
Além das falas sobre o tarifaço, o ministro também criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que a extrema direita seria responsável pelo ataque dos EUA ao Brasil.
“Seria bom que os setores extremistas da sociedade brasileira que concorreram para esse resultado se desmobilizassem dos Estados Unidos e passassem a defender o interesse nacional. Então, nós temos a expectativa também de que, diante da evidência de que eles se envolveram num ataque ao Brasil, a extrema direita brasileira está envolvida no ataque dos Estados Unidos ao Brasil e que ela agora procure corrigir o estrago”, afirmou Haddad.
Com o impasse, o governo estuda aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica. A norma autoriza o governo brasileiro a reagir, com base legal, a decisões unilaterais de países ou blocos econômicos que afetem a competitividade do Brasil no mercado internacional.
As contramedidas previstas incluem restrições a importações, suspensão de concessões comerciais, de investimentos e até de obrigações relativas à propriedade intelectual.
Impactos
Segundo o ministro, setores do agronegócio e da indústria, em especial do estado de São Paulo, devem ser os mais impactados pelas tarifas.
Haddad pontuou também que ainda não foram discutidos os efeitos inflacionários da taxação de Trump. “Tem muitas medidas não tarifárias que podem ser pensadas, um rol enorme que está sendo estudado em um grupo de trabalho. Há medidas tarifárias que não impactam a inflação, uma série de alternativas que vão ser consideradas”.
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