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R7 Brasília

Ibama pede mais informações da Petrobras sobre exploração na Foz do Amazonas

Órgão quer saber, por exemplo, sobre veterinários nas embarcações e quantitativo de helicópteros para atendimento de emergências

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Margem equatorial se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá Petrobras/Divulgação

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) enviou um ofício para a Petrobras, no último dia 25, em que solicita “esclarecimentos e complementações” sobre o plano que busca explorar petróleo na margem equatorial brasileira, que se estende pelo litoral do Rio Grande do Norte ao Amapá. O tema causa divergência entre integrantes do governo.

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Os questionamentos fazem parte do plano de proteção de atendimento à fauna oleada, relativo ao licenciamento ambiental da perfuração marítima do bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas. “O documento foi encaminhado à Petrobras para dar continuidade da análise do licenciamento do bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas”, diz o Ibama.

De acordo com parecer do órgão, os técnicos solicitaram mais detalhes pontuais para a adequação do plano, como a presença de veterinários nas embarcações e quantitativo de helicópteros para atendimento de emergências. “O Ibama reitera seu compromisso com a proteção ambiental, garantindo que todas as atividades de exploração atendam aos critérios técnicos e científicos para minimizar os impactos ambientais”, acrescenta.

A margem equatorial engloba as bacias hidrográficas da foz do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. É uma região geográfica considerada de grande potencial pelo setor de óleo e gás. A Petrobras, em seu plano estratégico 2024-2028, previu investimentos de US$ 3,1 bilhões para pesquisas na localidade, com expectativa de perfurar 16 poços ao longo desses quatro anos.


Em junho deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a exploração na margem. De acordo com ele, o governo federal não pode “jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer”. “É importante ter em conta que nós, na hora que começar a explorar a chamada margem equatorial, nós vamos ter um salto de qualidade extraordinário. Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, respeitando tudo, mas não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer”, afirmou.

Atrito no governo

Em maio do ano passado, o Ibama negou pedido da Petrobras para atividade de perfuração marítima na Bacia da Foz do Rio Amazonas, sob a alegação de que a companhia não havia conseguido comprovar a proteção da diversidade biológica e a segurança de comunidades indígenas da região. Nessa região há a expectativa de grandes reservatórios, como os encontrados na Guiana e no Suriname.


Na época, a Petrobras solicitou a reconsideração da análise. Em agosto de 2023, a AGU (Advocacia-Geral da União) divulgou parecer técnico favorável à exploração. O documento colocou em posições opostas o Ministério de Minas e Energia, favorável à exploração, e a pasta do Meio Ambiente e Mudança do Clima, de Marina Silva. A ministra é contrária à exploração de petróleo na região.

No final de setembro, o Ibama concedeu licença ambiental para a Petrobras perfurar uma outra bacia, no litoral do Rio Grande do Norte e Ceará. Sobre a Bacia da Foz do Amazonas, ainda não houve uma resolução definitiva e segue sob impasse.

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