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Ibaneis trata afastamento como 'martírio' e diz que retorno é uma 'terceira posse'

O governador ficou 64 dias afastado; chefe do Executivo local disse que manterá o secretário de Segurança no cargo

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Ibaneis Rocha volta a comandar o GDF
Ibaneis Rocha volta a comandar o GDF Ibaneis Rocha volta a comandar o GDF

Após 64 dias afastado, o governador Ibaneis Rocha (MDB) retornou ao cargo nesta quinta-feira (16). Em discurso, o chefe do Executivo local comemorou o fim do que chamou de "martírio", disse que manterá decisões tomadas pela vice-governadora Celina Leão (PP) e anunciou a publicação do edital para a construção do Hospital do Recanto das Emas. O governador disse também que o secretário de Segurança, Sandro Avelar, continuará a chefiar a pasta. 

Ibaneis estava afastado do cargo desde 9 de janeiro por suspeita de omissão em relação aos atos de vandalismo na sede dos Três Poderes, em Brasília. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes revisou a medida e determinou a volta depois que a Procuradoria-Geral da República enviou um parecer indicando que não há motivo para a continuidade do afastamento.

O governador afirmou que não guarda mágoas da decisão de afastá-lo. "Quando recebi a notícia, me espantei porque sempre fui um democrata. Mas entendi a reação do ministro [Alexandre de Moraes]. Era o necessário a ser feito pela defesa de democracia. Não carrego mágoa nenhuma. Tive certeza que esse momento [de retorno] iria chegar."

Estou muito feliz. Acho que sou a única pessoa que conseguiu tomar posse três vezes no Palácio do Buriti.

(Ibaneis Rocha - governador do Distrito Federal)

Sobre os ataques de 8 de Janeiro, Ibaneis definiu o episódio como "muito grave" e disse que houve um "apagão geral", tanto na segurança do Distrito Federal quanto das Forças Nacionais e no batalhão que fazia a defesa do Palácio do Planalto. "Vamos ter que aguardar o término das investigações", disse. Ibaneis afirma que a Justiça não tem nada contra ele, já que todos os esclarecimentos foram dados por parte dele. 

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Durante o discurso, o governador agradeceu a vice, Celina Leão, pela atuação durante o afastamento e disse que decisões como reajuste de salários de servidores e a demissão da presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), Mariela Souza, não serão revertidas. 

Da mesma forma, o secretário de Segurança deve permanecer no cargo. "Já tinha convidado o Sandro Avelar para ser meu secretário. Ele tocou com maestria [a pasta] e vai continuar, até o dia que quiser, sendo meu secretário", afirmou, completando que caberá a Avelar manter ou demitir comandos da Segurança no DF. 

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Ibaneis também anunciou que o edital para a construção de um novo hospital, no Recanto das Emas, será publicado nesta quinta-feira (16), em edição extra do Diário Oficial do DF. "Mês que vem teremos o lançamento da obra no Hospital do Guará e, em seguida, no Hospital de São Sebastião", completou.

Minuta de golpe e Anderson Torres

Apesar de admitir falha da Polícia Militar do DF durante a invasão à Esplanada, Ibaneis disse que irá defender a continuidade do Fundo Constitucional que sustenta as forças de segurança do DF e que não vê motivo para a criação de uma Guarda Nacional.

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Ao sustentar uma responsabilidade coletiva pela atuação que culminou na invasão das sedes dos Três Poderes, Ibaneis afirmou que o desfecho "não foi culpa do Anderson" Torres, ex-secretário de Segurança e que continua preso preventivamente, investigado por omissão nos atos de 8 de janeiro. 

O governador também negou ter sido pressionado a conduzir Torres para o cargo e justificou a escolha, afirmando que o ex-ministro da Justiça durante o governo Bolsonaro seria um bom nome, mesmo com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais. "Ele gozava da minha confiança", disse. 

Sobre a minuta de golpe encontrada na residência de Torres durante as buscas e apreensões, Ibaneis disse que não cabia ao ex-secretário tecer explicações. "Acho que é um documento grave, independente de não ter assinatura. Revela que, em algum momento, alguém pensou em dar um golpe no Brasil. E esse golpe não é democrático", criticou. 

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