Imprensa internacional repercute protestos do 7 de Setembro
The Guardian, Le Monde, Der Spigel, La Nación e El Clarin repercutiram manifestações pró-Bolsonaro
Brasília|Priscila Mendes, do R7, em Brasília
Os principais veículos de imprensa internacional, como o jornal britânico The Guardian, a revista alemã Der Spigel e os argentinos La Nación e El Clarin, repercutiram as manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (7), na Esplanada dos Ministérios.
Na avaliação do The Guardian, o “combalido líder brasileiro” está em uma “aparente tentativa de projetar força no pior momento de sua presidência”. O artigo ainda destaca que muitos cidadãos temem a violência enquanto os apoiadores de Bolsonaro vão às ruas.
Para o jornal britânico, Bolsonaro enfrenta a queda nos índices de popularidade, resultado de escândalos de corrupção envolvendo aliados e parentes e pela forma como ele lidou com a pandemia de covid, que já matou mais de 580 mil pessoas no país.
"Outros temem que, com o apoio dos militares, Bolsonaro possa estar prestes a tentar um autogolpe, pelo qual tomaria poderes ditatoriais fechando as instituições democráticas do Brasil”, diz o artigo.
O episódio na madrugada desta segunda (6) para terça-feira (7), em Brasília, em que manifestantes pró-Bolsonaro romperam um bloqueio da PM e invadiram a Esplanada dos Ministérios, em área próxima ao Supremo Tribunal Federal, foi noticiado pelo The Guardian e também pela revista Der Spigel. O veículo de imprensa alemão levantou ainda comparações com a invasão do Capitólio dos Estados Unidos, em 6 de janeiro deste ano, por apoiadores do ex-presidente americano Donald Trump.
Já o jornal francês Le Monde afirmou que o resultado das manifestações deste 7 de setembro é "totalmente imprevisível" em artigo intitulado "No Brasil, feriado nacional e manifestações de alto risco".
O jornal argentino La Nacion sugeriu que a motivação de Bolsonaro seria atingir Luiz Inácio Lula da Silva, potencial rival nas eleições de 2022. Enquanto o El Clarin ponderou: "É difícil imaginar tamanha multidão na emblemática Avenida Paulista, pois nas últimas manifestações o presidente reuniu apenas algumas dezenas de milhares na cidade mais populosa do país".