Indicado ao BC, Aquino defende autonomia da instituição e faz avaliação otimista da economia
Servidor de carreira pode ser primeiro negro a assumir cargo de direção do Banco Central caso tenha nome aprovado
Brasília|Bruna Lima ,do R7, em Brasília
Indicado para assumir a direção de Fiscalização do Banco Central, o servidor de carreira Ailton de Aquino foi sabatinado na manhã desta terça-feira (4) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, oportunidade em que defendeu a autonomia e independência da instituição monetária e disse acreditar que “o país está entrando em um ciclo virtuoso” em relação à economia brasileira.
“Percebo o advento de tempos melhores”, disse Aquino durante a fala inicial no colegiado. Ele também afirmou acreditar em um cenário otimista e baseou a fala em dados do relatório Focus, que mostra a expectativa de crescimento do PIB e queda da inflação dos agentes econômicos.
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Aquino é servidor do Banco Central há 25 anos e, caso o nome seja aprovado pelo Senado, o advogado será o primeiro negro a ocupar uma posição de direção. “Para chegar a condição de indicado de um cargo tão relevante foram muitos obstáculos e desafios que um garoto negro, de família pobre, do interior da Bahia, teve que superar”, discursou o indicado.
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Na instituição monetária, o servidor assumiu cargos de auditor-chefe e comandou o Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira.
Aos senadores, Aquino destacou o papel do Banco Central como uma “instituição de estado que preza pela ética e excelência”.
Temos um sistema financeiro moderno%2C complexo%2C mas sólido%2C no qual se destaca o papel que o Banco Central exerce como regulador e supervisor para que se mantenha tal estabilidade em nível de concorrência
Caso assuma a direção de Fiscalização, Aquino fez o compromisso de trabalhar para o crescimento do cooperativismo de crédito. Segundo ele, o seguimento “desempenha papel relevante no desenvolvimento socioeconômico do país, especialmente relevante em nível regional “.
Na fala, o indicado também ressaltou a importância do corpo técnico do Banco Central. Ele deu luz à redução do número de servidores nos últimos anos e destacou que quase um terço do efetivo estará apto para se aposentar nos próximos anos. Falou, ainda, de uma assimetria de remuneração em relação a outros servidores federais.
“É impraticável manter excelência sem recursos humanos em número, grau, expertise e níveis remuneratórios compatíveis”, disse.
O advogado é o indicado pelo presidente Lula para assumir a vaga do diretor Paulo Sérgio Neves. A previsão é que o nome dele e do economista Gabriel Galípolo, para diretor de Política Monetária, sejam apreciados já nesta terça-feira (4) no plenário do Senado.